Rio 2016: Brasil deixa a disputa por medalha no handebol feminino
16.08.2016
| 73 visualizações
-
Ana Paula Rodrigues, central
William Lucas/Photo&Grafia
-
Fernanda França, ponta esquerda
William Lucas/Photo&Grafia
-
Alexandra Nascimento, ponta direita
William Lucas/Photo&Grafia
-
Francielle da Rocha, central
William Lucas/Photo&Grafia
-
Deonise Fachinello, armadora direita
William Lucas/Photo&Grafia
-
Daniela Piedade, pivô
William Lucas/Photo&Grafia
-
Morten Soubak, técnico da Seleção
William Lucas/Photo&Grafia
-
Duda Amorim, armadora esquerda
William Lucas/Photo&Grafia
-
Dara, capitã da Seleção Feminina
William Lucas/Photo&Grafia
Seleção da casa foi superada pela Holanda nas quartas de final nesta terça-feira (16)
Rio de Janeiro (RJ) - A Seleção Feminina de Handebol foi eliminada nas quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio, nesta terça-feira (16), abandonando o sonho de conquistar uma medalha olímpica em casa. Diante de uma forte Holanda, que fez a lição de casa e conseguiu neutralizar muitas jogadas do lado brasileiro, as campeãs mundiais de 2013 não conseguiram segurar o placar, que terminou em 32 a 23 (12 a 11 no primeiro tempo). Até chegar aqui, o Brasil havia feito uma boa campanha, terminando na liderança do grupo A, com quatro vitórias.
O Brasil entrou muito bem em quadra, mas a Holanda impôs um jogo forte, com uma defesa extremamente fechada e com muita velocidade no ataque. Com belas defesas da goleira Babi, a equipe da casa conseguiu ganhar fôlego e manteve o placar bem equilibrado. As holandesas abriram três gols, mas estiveram sempre pressionadas pelas brasileiras que passaram a explorar mais as bolas pela ponta, já que no meio Ana Paula, Duda e Deonise estavam muito marcadas. A tática funcionou e o primeiro tempo terminou com apenas a diferença de um gol.
A sequência da partida continuou com uma marcação cerrada das holandesas, que resultaram em erros de contra-ataque do Brasil. A Seleção Nacional sofreu também uma série de exclusões, que acabaram dificultando o jogo. A Holanda voltou a abrir e tomou força, deixando as coisas ainda mais complicadas para as brasileiras que ao final não conseguiram tirar a diferença.
O técnico Morten Soubak resumiu o tom da partida de hoje. "Dou os parabéns para a Holanda. Hoje não conseguimos jogar o handebol que jogamos na fase de grupo. A Holanda tem uma defesa muito forte e elas tiveram sucesso também nos contra-ataques rápidos. Nós trabalhamos sempre atrás e no segundo tempo tivemos que nos arriscar mais para brigar pelo resultado até o final, mas não conseguimos. É claro que estamos muito insatisfeitos, muito tristes porque sonhávamos com algo maior, jogando em casa. É claro que pelo trabalho que fizemos na fase de grupos, pensávamos que teríamos o poder de ir adiante, mas hoje a Holanda foi um time melhor", avaliou.
O técnico que entrou em quadra pedindo do apoio da torcida, agradeceu pelo apoio, mas acredita que a equipe sentiu um pouco o peso. "Acho que a responsabilidade pesou um pouco. Estávamos jogando presos. No final da primeira parte conseguimos voltar no jogo e ficar a um gol. Isso para o handebol está bom. Fizemos um novo plano para o segundo tempo e aconteceu exatamente o que não pode acontecer. A velocidade que a Holanda joga é muito rápida. Se você não fizer gol, vai tomar", completou.
Para ele, o Brasil falhou no momento mais importante. "Agradeço a todas as atletas que fazem parte da Seleção, algumas estão aqui na mais tempo do que eu. Tivemos muito esforço em vir para essa Olimpíada. É uma honra poder jogar uma olimpíada em casa. Antes de pisar aqui, sentíamos que podíamos chegar longe e tínhamos potencial para brigar pela medalha. Mas na hora não conseguimos. Isso vai doer por muito tempo."
Para algumas atletas, a Olimpíada do Rio foi a despedida da Seleção e para elas, não foi da forma como haviam imaginado. "Não foi do jeito que queríamos, mas o esporte é assim. Um dia a gente ganha e outro perde. Hoje o jogo não encaixou. Era um momento que não podíamos perder e perdemos. Espero que esse resultado não mude nada para o handebol do Brasil porque o esporte não é feito só de medalhas. Demos tudo que podíamos. Obviamente hoje não foi suficiente. Isso não tira o mérito do trabalho de quem está aqui", disse a capitã Dara, que já anunciou que deixa o grupo. "Acredito que a geração que vem está preparada. Nosso modalidade sempre acredita que é capaz. Espero que a próxima geração pode dar muitas alegrias", finalizou.
A pivô Daniela Piedade também sentiu o clima de despedida da camisa verde e amarela e lamenta. "Essa medalha era muito sonhada e, infelizmente, mais uma vez as quartas de finais acabaram com o nosso sonho. O trabalho continua. Só desejo que as que continuem sigam dando o seu melhor e o coração para a nossa modalidade. Espero que eu possa contribuir de alguma forma para ajudar a Seleção mesmo de fora. O handebol brasileiro merece. Nós trabalhamos por muitos anos e merecemos uma medalha olímpica", disse a atleta de 37 anos, em tom de despedida.
As quartas de final femininas seguem ainda nesta terça-feira (16). Além de Holanda, a França também se classificou com uma vitória sobre a Espanha. Às 17h, a Suécia enfrenta a Noruega, e às 20h30, a Rússia joga com Angola.
Gols do Brasil: Fernanda (7), Alexandra (6), Ana Paula (3), Francielle (3), Samira (1), Jéssica (1), Duda (1) e Deonise (1). Gols da Holanda:
Tabela e resultado do grupo A
Sábado (6)
Brasil 31 x 28 Noruega
Montenegro 19 x 25 Espanha
Romênia 19 x 23 Angola
Segunda-feira (8)
Espanha 24 x 27 Noruega
Brasil 26 x 13 Romênia
Angola 27 x 25 Montenegro
Quarta-feira (10)
Brasil 24 x 29 Espanha
Romênia 25 x 21 Montenegro
Noruega 30 x 20 Angola
Sexta-feira (12)
Brasil 28 x 24 Angola
Romênia 24 x 21 Espanha
Montenegro 19 x 28 Noruega
Domingo (14)
Brasil 29 x 23 Montenegro
16h40 - Noruega x Romênia
19h50 - Espanha x Angola
Terça-feira (16)
Quartas de final
Brasil 32 x 23 Holanda
13h - Espanha x França
17h - Suécia x Noruega
20h30 - Rússia x Angola
Quinta-feira (18)
Semifinais
Sábado (20)
Finais
Seleção Feminina
Goleiras - Bárbara Arenhart "Babi" (Vaci-Hungria) e Mayssa Pessoa (Vardar-Macedônia).
Armadoras - Deonise Fachinello (Odense-Dinamarca), Eduarda Amorim "Duda" (Gyor Audi ETO-Hungria) e Mayara Moura (Pinheiros-SP).
Centrais - Ana Paula Rodrigues (Bucareste-Romênia) e Francielle da Rocha "Fran" (Vegus/Guarulhos-SP).
Pontas - Alexandra Nascimento "Alê" (Vaci-Hungria), Fernanda França (Bietgheim-Alemanha), Jéssica Quintino (Odense-Dinamarca) e Samira Rocha (OGC Nice-França).
Pivôs - Daniela Piedade "Dani" (Fehervar FKC-Hungria), Fabiana Diniz 'Dara' (Bietgheim-Alemanha) e Tamires Morena (Dijon-França).