Balé, "mãe de todas as ginásticas", recebe atenção especial da CBG

06.11.2020  |    804 visualizações

Técnicas clássicas são difundidas em atividade formativa a distância ministrada pela professora de balé Bruna Martins

 

Da Redação, São Paulo (SP) - A pausa forçada nos treinamentos presenciais, imposta pela pandemia, e a necessidade de conversão do trabalho para a modalidade a distância abriram algumas trilhas que são seguidas até hoje. Vendo-se instada a oferecer conteúdo útil para manter a comunidade gímnica motivada, a Confederação Brasileira de Ginástica acionou profissionais cujos ensinamentos estão sendo muito bem apreciados, o que criou uma demanda. Uma dessas profissionais é Bruna Martins, professora de balé e auxiliar técnica de Camila Ferezin, a treinadora da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica de conjunto.

Filha de Dalva Martins Rosa, uma das primeiras praticantes de Ginástica Rítmica de Londrina, que se tornou um importante pólo da modalidade no Brasil, Bruna, ex-ginasta da Unopar, foi estimulada pela mãe a praticar balé desde os seus cinco ou seis anos de idade, e entrou para o Ballet de Londrina. “Quando tive que fazer uma escolha entre as duas atividades, vi que meu amor pelo balé é muito forte, e resolvi ser bailarina profissional”. No entanto, os laços com a GR também a envolveram, levando-a a iniciar o trabalho com Camila em 2012.

Segundo Bruna, Dalva, que treinava com uma profissional do balé proveniente de Curitiba, tinha bem claro que uma base sólida na dança tem peso determinante na formação de uma atleta de GR.  Essa evidência é verificada em outros lugares importantes do mapa da GR. Em viagens para treinamento à Rússia, Bulgária e Israel, Bruna constatou que todas essas potências da modalidade não abrem mão dessa base. “Todos esses países têm um profissional de balé exercendo um trabalho junto à comissão técnica. Promovem treinos diários de balé, de 90 minutos, e é fácil de entender a razão: o código de pontuação está embasado na técnica clássica”.

Bruna vai mais além: “O balé é a mãe de todas as ginásticas. Ele oferece um condicionamento que torna possível uma melhor execução dos movimentos”, diz Bruna, que cita verticalização, posicionamento postural e equilíbrio – atributos capazes de, segundo ela, produzirem rendimento mais alto na execução dos saltos gímnicos, por exemplo.

Os conhecimentos de Bruna, disseminados via Zoom nos meses de quarentena, foram bem acolhidos pelos públicos daquelas atividades: ginastas, treinadores e árbitros. Os três módulos da atividade atingiram a marca de 6 mil acessos. A receptividade favoreceu o intercâmbio de conhecimentos e, assim, Bruna, da GR, viu-se treinando nossas craques da Ginástica Artística durante a Missão Europa, período de oito semanas de atividades em Sangalhos, Portugal. “Essa integração foi muito legal. Trabalhamos alguns elementos corporais lá e vimos muitos progressos na execução do pessoal da GAF”.

Como os treinamentos funcionam, não houve surpresa quando se constatou que uma atividade de capacitação ministrada por Bruna em outubro, destinada à compreensão e aquisição de “Técnicas do Ballet Clássico para Ginástica” alcançou um público expressivo. O primeiro dos três módulos, formatado com foco nas categorias pré-infantil e infantil (de todas as modalidades gímnicas), reuniu mil pessoas por meio da plataforma Zoom. “Nossa comunidade entendeu a importância de entender a essência do balé, e está muito interessada nele. Eu me sinto honrada por ter recebido da CBG a missão de disseminar essas técnicas”.

 

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