2020: ano de muito trabalho e resiliência da Ginástica

04.01.2021  |    1.063 visualizações

Os ginásios ficaram fechados durante vários meses, mas a CBG agarrou-se à internet para criar diversas atividades que já entraram para a história

Da Redação, São Paulo (SP) - No ano mais atípico de sua história, a Confederação Brasileira de Ginástica se destacou pela capacidade de reação e pela união.

Antes de nos determos mais sobre esse assunto, vamos enfocar brevemente o curto período de normalidade, que antecedeu o dia 11 de março de 2020, em que a Organização Mundial de Saúde declarou oficialmente que o planeta vivia uma pandemia imposta pelo novo coronavírus.

Logo em janeiro, a CBG enviou sua Seleção Brasileira masculina juvenil para participar da Junior International Team Cup, realizada em Houston, nos Estados Unidos. A equipe nacional foi composta por Diogo Paes, Gustavo Pereira, João Lucas Vieira e Yuri Guimarães. A ideia era preparar esses jovens e promissores atletas para o Campeonato Pan-Americano da categoria.

No mesmo mês, a CBG e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizaram o maior camping de treinamento da história da Ginástica Artística Masculina, reunindo 22 atletas e 13 treinadores no CT Time Brasil.

A ação incluiu treinadores mais novos e outros que estão mais distantes dos grandes centros, contribuindo para elevar o padrão das práticas em nível nacional. O camping já focava não apenas os Jogos Olímpicos de Tóquio, mas também o trabalho com as gerações que vão representar o País nas edições Paris 2024 e Los Angeles 2028.

No comecinho de fevereiro, a Seleção Brasileira de conjunto de Ginástica Rítmica disputou o Grand Prix de Moscou. Era o primeiro de quatro eventos previstos no cronograma de preparação para o principal objetivo do primeiro semestre: a conquista da vaga para Tóquio, que estaria em jogo no Pan-Americano Pré-Olímpico, que ocorreria em maio, em Orem, nos EUA. 

A equipe abriu mão das férias de fim de ano a fim de se preparar da melhor forma. O trabalho intenso contou com o reforço da coreógrafa russa Irina Zenovisk e da treinadora búlgara Yasena Stoyneva.

Na capital russa, o Brasil conseguiu sua maior nota no ciclo olímpico na série de cinco bolas (26,400). Depois, na prova mista (três arcos e dois pares de maças), as brasileiras conseguiram 26,150, novamente registrando sua mais alta nota no período. Com a soma 52,500, o Brasil terminou sua participação na quinta colocação. Nas finais por aparelhos, a equipe nacional ficou em sexto lugar na prova das cinco bolas e em quinto na série mista. Estreando série e incluindo três novas ginastas, o grupo comandado por Camila Ferezin alcançou desempenho considerado muito bom.

Em meados de fevereiro, a Seleção Brasileira de Ginástica de Trampolim foi disputar a etapa da Copa do Mundo de Baku, no Azerbaijão, e por pouco não subiu ao pódio. Camila Gomes e Alice Hellen terminaram na quarta colocação, a apenas 0,640 da dupla terceira colocada, a norte-americana. Nas disputas individuais, Camila ficou em 29º (100,300); Alice ficou logo atrás, em 30º (100,195). No masculino, Rayan Dutra foi o 31º (106,430).

No finalzinho do mês, foi realizado no Rio um estágio de Ginástica Artística que reuniu 29 atletas – 14 do feminino e 15 do masculino, além de nove treinadores e de um coreógrafo.

No início de março, Diogo Soares, uma grande promessa do Brasil, estreou, aos 17 anos, na categoria adulta. Seu batismo foi na tradicional American Cup, em Milwaukee. O jovem piracicabano ficou em sétimo lugar no individual geral – a melhor nota foi no salto (13.966), e nas paralelas também foi bem (13.766).

Poucos dias depois, teve início a etapa de Baku da Copa do Mundo de Ginástica Artística. A competição seria marcante para Rebeca Andrade, que voltou às competições internacionais após nove meses de afastamento para recuperação de uma cirurgia de joelho. E a jovem guarulhense voltou com tudo, obtendo a terceira colocação na fase de classificação das assimétricas e a segunda na trave. Thais Fidelis ficou em quinto no solo. Nas argolas, Arthur Zanetti se classificou para a final em quarto lugar (14.766), enquanto Chico Barreto avançou à final da barra fixa, como sétimo.

No dia seguinte, o impacto da covid-19 pesou sobre a ginástica oficialmente: o governo do Azerbaijão adotou medidas para evitar aglomerações em seu território e cancelou as finais da etapa de Baku. Seria o primeiro de uma série de cancelamentos.

Se as competições foram interrompidas, o trabalho fora dos ginásios continuou intenso. O Comitê Olímpico do Brasil lançava o Curso de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte (PEAAE). O evento reuniu cerca de 80 atletas, treinadores, dirigentes de Confederações e colaboradores no auditório do Centro de Treinamento do Time Brasil. A Ginástica compareceu em peso, com seis atletas, três treinadores, um fisioterapeuta e um dirigente, Henrique Motta, coordenador-geral da CBG.

Naquele atribulado março, de tentativa de adaptação ao cenário pandêmico, a CBG formalizou a adoção de uma série de providências. Todos os eventos previstos no Calendário Nacional e Internacional da CBG foram suspensos, assim como as atividades nos Centros de Excelência CAIXA Jovem Promessa de Ginástica. Além disso, os colaboradores da Confederação passaram a trabalhar no sistema de home-office por prazo indeterminado.

No final de março, o Comitê Olímpico Internacional, o Comitê Organizador Tóquio 2020 e o governo japonês decidiram adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio. Naquela mesma semana, a CBG havia enviado uma carta à Federação Internacional de Ginástica (FIG) para pleitear o adiamento do megaevento, endossando pedido já formulado pelo Comitê Olímpico do Brasil.

Em rápida adaptação às contingências, já no início de abril começaram as atividades online da CBG. As dez atletas da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica foram as primeiras da entidade a utilizar o aplicativo Zoom: no interior de suas residências, na sala ou no quintal, executavam os movimentos e eram acompanhadas pelos membros da equipe multidisciplinar responsáveis pela orientação de cada tarefa. A rotina foi adaptada da seguinte forma: treinos conjuntos de quatro horas diárias pela manhã, sessão comum de fisioterapia à tarde, de 45 minutos, e sessões individuais e conjuntas de orientação psicológica.

Logo, a Ginástica Artística, a Ginástica de Trampolim, a Ginástica Acrobática, a Ginástica Aeróbica e a Ginástica Para Todos também embarcaram no mundo das atividades online.

Indo além, foram dados passos rumo à preparação da base. Um grupo de 16 atletas da Ginástica Artística, com idade acima de 12 anos, começou a participar de treinos ministrados por meio de compartilhamento de imagens pela internet. Foram arregimentados dez treinadores, um coordenador e dois dirigentes – a troca de informações envolveu 47 treinadores de vários estados brasileiros.

Com o calendário de competições interrompido, a CBG vislumbrou a oportunidade de resgatar as lembranças de grandes ginastas do passado: em maio, o site começou a publicar a série de textos especiais “Memória de Ouro CBG”, recebendo ampla aprovação da comunidade gímnica.

Disposta a fazer do limão uma limonada, a CBG persistiu na trilha de manter a comunidade unida, coesa e em forma, valendo-se de recursos oferecidos pela internet. No início de maio, a entidade ofereceu treinos online de alto nível voltados para praticantes de GR com 9 ou 10 anos de idade. A atividade envolveu 126 ginastas, 207 treinadores e um staff de 32 profissionais.

Naquele mesmo mês, a CBG implementou um Plano de Ação voltado para a Ginástica de Trampolim, repetindo iniciativas anteriormente já aplicadas, contemplando a Ginástica Artística e a Rítmica.

A atividade foi além dos integrantes da Seleção Brasileira, envolvendo logo de início cerca de 50 participantes. O conteúdo foi disseminado por treinadores, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.

Ao incluir ginastas iniciantes, a entidade pôde dimensionar o papel das novas ferramentas, o que desde já abre a perspectiva de que se insiram no dia a dia da CBG, com ou sem pandemia.

Aos poucos, a CBG foi trabalhando no sentido de reduzir danos de diversos componentes da comunidade gímnica. Equacionada da melhor forma possível a questão dos treinamentos, a entidade depois focou no público, e passou a abrir os treinos, para que os fãs da Ginástica pudessem amenizar suas saudades. Assim, no final de maio, foi aberto o primeiro de uma série de treinos virtuais, o da GR, com direito a uma apresentação de gala no final.

A atividade se revestiu de sentido histórico e foi acompanhada por mais de mil pessoas, incluindo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, e o do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley Teixeira.

Ao longo das primeiras nove semanas de pandemia, as meninas da Seleção de GR tiveram atividades comandadas pela treinadora Elena Bubentsova, de Belarus, aulas da Escola Bolshoi e sessões com treinadores de outras modalidades, como a Ginástica Aeróbica, além de tutoriais de maquiagem e de coque, por exemplo.

A Ginástica Artística Feminina também abriu um treino, com grande sucesso. Treinadores, fãs, familiares, ginastas e curiosos puderam acompanhar, por cerca de três horas, como as 25 ginastas do Grupo de Controle, que é formado por atletas promissoras convidadas, faziam para manter a forma.

A expertise nacional em treinamentos online, rapidamente desenvolvida, passou a atrair a curiosidade de treinadores europeus e de países sul-americanos. Empolgada com esse trabalho, a GR abriu um treino individual da craque Natália Gaudio, e depois ofereceu um treino conjunto da Seleção Brasileira com a seleção de Israel, país com o qual a CBG mantém um intercâmbio mutuamente benéfico. O sucesso de público foi estrondoso – a sala virtual recebeu um total de 3.938 visitantes únicos.

A Ginástica Artística Masculina também fez seu treino aberto – e mostrou toda a sua criatividade e capacidade de improviso. Durante o período de interdição dos ginásios, os atletas utilizaram cadeiras, bancos, pacotes de arroz e feijão, galões de água e cabo de vassoura, entre outros objetos, para se exercitar. Houve casos de atletas que construíram artesanalmente aparelhos auxiliares.

Ainda em junho, a Ginástica de Trampolim abriu seu treino. A atividade foi bastante inclusiva, contando com estados que não participam do Campeonato Brasileiro, como Bahia e Piauí, e grupos em formação, como um conjunto de alunos de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa (MG) interessada em aprender mais sobre a GTR.

O batalhador grupo da GTR brasileira começou os treinos online em meados de abril, reunindo 24 atletas das categorias júnior e elite, e em pouco tempo já somava pouco mais de 30 atletas.

A Ginástica Aeróbica também deu provas de muita organização e união. As sessões de treinos online, na avaliação de Kátia Lemos, Coordenadora Técnica de GAE, teriam não apenas contribuído para manter os atletas em atividade, mas também proporcionado ganho técnico real.

Segundo Maria Eduarda Poli, que é membro do Comitê Técnico da FIG (Federação Internacional de Ginástica), os treinadores participantes receberam um legado de materiais e de ideias valioso para o desenvolvimento do esporte.

A Ginástica Acrobática, uma das vertentes mais plásticas e vistosas da ginástica, também teve a oportunidade de mostrar, num treino aberto, as ações desenvolvidas ao longo do período de isolamento social. Sob a orientação da Coordenadora Técnica de Ginástica Acrobática da CBG, Deise Garcia, os treinadores elaboraram uma extensa rotina de preparação. Os ginastas executaram diversos tipos de exercícios que fazem parte de uma carga planejada para mantê-los em forma no interior de seus lares. O conteúdo foi especialmente bem preparado, com diversos vídeos que deram uma panorâmica abrangente da modalidade.

A CBG realizou também encontros virtuais para compartilhamento de informações e discussões. Foi para esse propósito que realizou um encontro entre gestores e líderes do grupo de Ginástica para Todos (GPT) para discutir o legado da Ginastrada Mundial de 2019, realizada em Dornbirn, na Áustria. O encontro foi finalizado com a proposta de criação de grupos de trabalho para a edição de 2023, cuja sede será Amsterdã, na Holanda.

Depois do grande sucesso da apresentação do Grupo de Controle, a Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina exibiu, num treino aberto, rotinas postas em prática para se manterem em forma.

Diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara acompanhou a apresentação e enalteceu os esforços da CBG, que foi capaz de criar um modelo de treinamentos virtuais seguido por outras modalidades.

Preocupada em manter preparados todos os pilares da Ginástica, a CBG realizou também atividades de atualização da arbitragem com a ajuda de aplicativo de compartilhamento de imagens. A título de exemplo, uma jornada dessas, voltada para a Ginástica Rítmica, recebeu 500 participantes. Os cursos foram acessados por árbitros internacionais, nacionais, estaduais, treinadores e profissionais dos Centros de Excelência CAIXA.

Em meados de junho, a CBG começou a trabalhar nos Protocolos de Retorno Seguro aos Ginásios. Além de publicar uma cartilha completa e muito detalhada, a entidade organizou uma série de Webinários que abordaram vários temas, como psicologia esportiva, nutrição e o Programa de Integridade da Confederação, com discussão abrangente e esclarecedora sobre doping.

No mês seguinte, a CBG exibiu uma das edições mais emocionantes de seu tradicional evento Ginástica de Gala, que une toda a comunidade gímnica. Realizada, é claro, de forma virtual, a apresentação registrou mais de 5,7 mil visitantes, recorde para a entidade.

Pouco depois, as Seleções Brasileiras de Ginástica Artística e Rítmica fizeram parte de um training camp histórico: a Missão Europa. Ao todo, 22 atletas e 11 membros das comissões disciplinares foram enviados a Sangalhos, em Portugal, para um período de oito semanas de treinamento. Foi a oportunidade encontrada para a retomada do treino em ginásios, num período em que essas instalações ainda se encontravam fechadas no Brasil.

Numa prova de que as atividades de capacitação via internet vieram pra ficar, a CBG realizou um Estudo da Simbologia específica da Ginástica Artística Feminina, trabalho voltado para preparação de árbitros e treinadores.

Num ano marcado pelas lives, é claro que a Assembleia Geral da CBG também foi realizada dessa forma. A presidente Maria Luciene Cacho Resende apresentou relatórios dos atos da administração de 2019. As contas daquele mesmo ano também foram apreciadas, com apresentação do parecer do Conselho Fiscal, e aprovadas por unanimidade. Por fim, o orçamento previsto para 2020 foi exposto.

A Confederação já se prepara para o próximo ciclo olímpico, que vai começar depois dos Jogos de Tóquio. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) tem enviado documentos que dão contornos aos códigos de pontuação das modalidades gímnicas que entrarão em vigência a partir de 1º de janeiro de 2022. A CBG aproveitou a deixa e apresentou, no último dia 14, um Plano de Ação que consiste no estudo das regras previstas para o próximo ciclo olímpico.

Em meados de setembro, foi encerrada, com sucesso, a Missão Europa. O grande propósito, segundo o COB, era reacender a chama olímpica entre os atletas, proporcionando-lhes a chance de treinar no interior de um ginásio depois de quatro meses de atividades domiciliares. Enquanto o camp tinha andamento, boa parte dos clubes e associações brasileiros foi retomando as atividades em suas dependências.

Ainda em setembro, teve início outra importante ação da CBG, integrando o Programa de Ética e Integridade: a série de lives em torno do tema “Ginástica Segura e Saudável”. O experiente jornalista Abel Neto, da Fox Sports, entrevistou o Consultor Jurídico da Confederação, Paulo Schmitt, o especialista em antidoping Fernando Gaya Solera e a nutricionista Renata Rebello. A ação esclareceu diversas dúvidas que os atletas têm sobre os temas, colaborando para a ampliação do nível de conhecimento da comunidade gímnica.

No mesmo sentido, foi publicado o Guia Antidoping do (a) Atleta de Ginástica. A finalidade é a mesma das lives: abastecer os ginastas de orientação e informação a respeito de diversos aspectos relacionados à temática, em esforço para tornar o ambiente da modalidade cada vez mais seguro, saudável e limpo.

A CBG realizou também encontros virtuais com treinadores e preparadores físicos para tratar dos assuntos Preparação Física Geral e Preparação Física Específica para Ginástica Aeróbica. Os palestrantes foram os professores Marcelo Borelli e Pedro Augusto Amorim, com mediação de Kátia Lemos.

Abraçando todas as vertentes da prática do esporte, a, CBG realizou também uma série de cinco encontros virtuais sobre a Ginástica Para Todos, a GPT. A ação procurou esclarecer o que é a GPT e dar mais detalhes sobre o grande evento que é a World Gymnaestrada ou Ginastrada Mundial, principal evento não competitivo internacional de ginástica, que mobiliza milhares de participantes a cada quatro anos.

Em outubro, em mais um esforço para ampliar o espaço da Ginástica na mídia e de popularizar o esporte, a CBG lançou o quadro “Fora da Série”. Trata-se de um conjunto de vídeos que abordam curiosidades e o dia a dia dos atletas, sem focar em competições. Os links dos vídeos são enviados para os veículos de comunicação, que estão autorizados a publicar o conteúdo.

Nesse mesmo mês, a Ginástica de Trampolim realizou um estudo do Código de Pontuação (CoP) da GTR. O foco do curso foi a difusão da forma de se exercer um julgamento, o que proporciona um direcionamento mais consistente dos treinamentos. A atividade atraiu árbitros antigos, jovens e treinadores de vários níveis.

Em novembro, Bruna Martins, que é bailarina e auxiliar técnica de Camila Ferezin na Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica de conjunto, ofereceu o curso “Técnicas de Ballet Clássico para Ginástica”, que é útil para todas as modalidades gímincas, reforçando os fundamentos das atletas.

Na mesma época foi anunciado que a Seleção Brasileira de Ginástica de Trampolim também participaria da Missão Europa, realizada no mesmo CT do Time Brasil, utilizado em julho e agosto pelas Seleções de Ginástica Artística e Rítmica, em Sangalhos, na região central de Portugal.

A ideia foi juntar todos os atletas e treinadores para aumentar a coesão do grupo, já visando a importantes objetivos, como a tentativa de classificação olímpica para os Jogos de Tóquio-2021, e a outras competições. Fizeram parte Alice e Camilla Gomes, Lucas Junio Tobias e Rayan Dutra.

Sempre buscando o crescimento de todas as modalidades gímnicas, a CBG assinou acordo com a UPAG (União Pan-Americana de Ginástica) para ter acesso a um código de pontuação para iniciantes de Ginástica Acrobática e a uma série de vídeos de rotinas obrigatórias e de conjuntos de habilidades, ambos desenvolvidos pela U.S. Gymnastic, a federação norte-americana.

No finalzinho de novembro, a Seleção Brasileira masculina de Ginástica Artística deu um passo importante, ao realizar o “Estágio de Treinamento GAM”. Foi o primeiro trabalho conjunto da equipe em solo brasileiro desde o isolamento. A atividade foi importante para avaliação dos atletas, estabelecimento de metas e planejamento dos próximos passos, visando ao importante ano de 2021.

Enquanto isso, foi realizado, no Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica, em Aracaju, a reunião das comissões multidisciplinares da CBG e do COB envolvidas com a modalidade. Foram estabelecidas estratégias e criados planos de apoio à preparação visando à classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2021.

A Ginástica Aeróbica também tem caprichado nas atividades de capacitação. Naquele mês, os treinadores realizaram o curso “Conteúdo Aeróbico e Montagem Coreográfica”. A atividade foi mediada por Kátia Lemos, Coordenadora Técnica de Ginástica Aeróbica da CBG, e a palestrante foi Cláudia Borelli. O foco do estudo foi explicações sobre o regulamento e o trabalho com ferramentas que auxiliam o desenvolvimento de coreografias.

Já em dezembro, a CBG, em parceria com a área de desenvolvimento do COB, realizou o Estágio de Treinamento de Ginástica Rítmica, em Aracaju. A finalidade foi reunir as atletas juvenis (13 e 14 anos) e seus treinadores para mapear a base da GR, capacitar os treinadores e definir as ginastas que representarão o Brasil nos eventos internacionais de 2021.

Incansável, a CBG ainda aproveitou as últimas semanas do ano para realizar duas ações de capacitação voltadas para a Ginástica Aeróbica, contando com a participação de palestrantes nacionais e internacionais.

Os Centros de Excelência CAIXA Jovem Promessa da Ginástica também realizaram um importante evento: a Aula Virtual de Integração entre as Turmas de Ginástica Artística e Ginástica Rítmica. A atividade reuniu alunos de ambas as modalidades, e contou com a importante participação dos pais. Mais uma vez, foi demonstrado o espírito de resiliência dos CECs, que foram capazes de dar treino às crianças e adolescentes durante todo o ano em que reinou a pandemia. No final do mês, os CECs repetiram a experiência, realizando uma atividade de encerramento do ano com direito a uma coreografia trabalhada conjuntamente.

Segundo a presidente da CBG, Luciene Resende, a rápida adaptação da entidade ao cenário da pandemia, com respostas criativas, e a capacidade de organização da entidade foram determinantes para reduzir danos e criar condições para que se espere um grande 2021.

“Os resultados das primeiras competições de 2020 anunciavam que teríamos uma bela temporada, na esteira do muito positivo ano de 2019. Infelizmente, a pandemia interrompeu, ou melhor, adiou a colheita desses resultados, que são fruto de muito trabalho bem planejado, estruturado e consistente. Se nos vimos impossibilitados de colher, continuamos semeando. Apostamos alto em treinamentos online, cursos e estudos virtuais, chamando a atenção de outras confederações e até de treinadores estrangeiros. Aos poucos, fomos recuperando a forma de nossos atletas, o que nos dá condições de contar com um ótimo 2021, mesmo que ainda permeado por algumas dificuldades. Obtivemos medalhas olímpicas desde 2012 e acredito que em Tóquio não será diferente”, diz a dirigente.

“Estamos aprimorando constantemente nosso Programa de Ética e Integridade, realizando diversas ações para abastecer a comunidade gímnica de informações. Além disso, reforçamos nossa presença na mídia com os vídeos do Fora da Série. Orgulhamo-nos também dos Centros de Excelência CAIXA Jovem Promessa da Ginástica, que se desdobraram para manter as crianças e adolescentes em atividade ao longo de todo o ano. Por fim, realizamos a segunda edição do Estágio Nacional de Treinamento da Ginástica Rítmica, em um exemplo de que continuamos assentando nosso futuro sobre bases sólidas. Quero agradecer a todos os nossos parceiros, sem os quais não poderíamos ter feito tanto, e tão bem: Caixa Econômica Federal, Comitê Olímpico do Brasil, Ministério da Cidadania, Secretaria Especial do Esporte, presidentes das federações e a toda a comunidade gímnica”, conclui Luciene.

Em 2021, ano olímpico, muito mais vem por aí! Acompanhe a caminhada da Ginástica Brasileira e suas conquistas no site da CBG e nas redes sociais da entidade.

 

 

 

 

 

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