Música de Lulu Santos inspira Seleção Feminina de Handebol durante o Campeonato Pan-Americano

05.06.2013  |    32 visualizações

"Tempos Modernos" foi sugerido pela psicóloga Alessandra Dutra como parte do trabalho com o grupo

Santo Domingo (DOM) - "Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir, não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir..." O sucesso do cantor Lulu Santos, que já inspirou muita gente por aí, hoje embala um grupo em busca de vitórias. A canção "Tempos Modernos" é o atual tema da Seleção Feminina de Handebol, que está disputando o Campeonato Pan-Americano, em Santo Domingo, na República Dominicana. A mensagem passada por um dos maiores ídolos da música brasileira é trabalhada pela psicóloga da equipe, Alessandra Dutra, que instiga as jogadoras a buscar essa "intensidade" tratada na letra. Para completar, os momentos de descontração proporcionados por essa forma de trabalho também refletem nos resultados na quadra, afinal, uma equipe feliz tem muito mais chances de sair vencedora.

A música foi escolhida especialmente para o Pan-Americano. Em cada competição disputada pela Seleção, a profissional especializada em psicologia do esporte escolhe um tema diferente, de acordo com as necessidades do grupo naquela ocasião. "Essa letra retrata bem o momento delas, de se permitir, de viver tudo com intensidade. Isso vale tanto para as mais novas quanto para as mais experientes. Esse trabalho favorece bastante, porque elas cantam, mentalizam a mensagem da letra, aliviam o estresse, o que influencia positivamente dentro de quadra", disse.

Fabiana Diniz, a Dara, que recebe as atenções de Alessandra desde o início do trabalho da psicóloga na Seleção Feminina, enumera muitos benefícios deste acompanhamento. "Com este projeto, o nível de concentração da equipe melhorou muito. Um bom exemplo disso foi durante o Campeonato Mundial do Brasil, em 2011, quando estávamos perdendo para a França, conseguimos virar e vencer. Foi um momento de acreditar que poderíamos e de superação. Conseguimos colocar em prática tudo aquilo que ela nos passa e deu muito certo", conta a pivô, uma das mais experientes do grupo.

Segundo a capitã, o trabalho auxilia também na integração da equipe. "Aqui não há hierarquia. Todas nós estamos no mesmo patamar e nos ajudamos sempre". Dara completa, entregando as companheiras no quesito musical. "De todas nós, a Alê (Alessandra Nascimento) é quem tem a melhor voz. Já a Fê (Fernanda França) e a Sami (Samira Rocha) são as que dão um toque de humor às músicas", brincou.

O projeto desenvolvido por Alessandra é ainda muito mais abrangente. A profissional, que integra a comissão técnica desde o Campeonato Mundial da China, em 2009, a convite do técnico Morten Soubak, está desenvolvendo o trabalho deste ciclo com o objetivo principal de preparar as atletas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, para a conquista da tão sonhada medalha.

Entre outras ações feitas com o grupo, ela desenvolve uma espécie de guia a cada campeonato. As atletas recebem um caderno, que conta com atividades orientadas para a competição que disputam naquele momento, mas também com metas em longo prazo. "Nós trabalhamos o presente, mas sem deixar de lado os objetivos futuros. O principal deles, neste momento, é a próxima Olimpíada", contou.

Nesse caderno, as atletas escrevem, desenham e traçam objetivos. Tudo é refletido dentro e fora de quadra. "As meninas conseguem descobrir a importância delas no grupo e recuperar as habilidades psicológicas. Isso é um ingrediente no trabalho do Morten, que tem ainda mais elementos para fazer ajustes técnicos e táticos", comentou a psicóloga.

Durante as competições, a equipe se reúne para os encontros com Alessandra, que são sempre muito descontraídos e contam com a participação de todos, inclusive da comissão técnica. A psicóloga também faz atendimentos individuais e em períodos fora de campeonatos. "O trabalho é extremamente importante, porque, muitas vezes, sou como um farol para elas, que encontram em mim a forma de se aperfeiçoar e desenvolver as habilidades pessoais", ressaltou.

Uma prova de que o projeto auxilia na performance das atletas é a pivô Débora Rodrigues Feitoza, atleta da Metodista/São Bernardo (SP). A paulista de Diadema faz sua estreia na Seleção Adulta e já vê o resultado deste trabalho. "Com certeza influencia muito. Sou tímida e conversar com a Alessandra me ajuda, tanto dentro quanto fora de quadra. Ela nos auxilia a perceber no que estamos acertando e a ser mais confiantes e seguras. Com isso, tudo flui melhor", comemora a jovem de 21 anos.
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