Viena (AUS) - A versatilidade é uma das características mais marcantes da capixaba Patricia Scheppa. A armadora direita, que foi uma das convocadas para a fase de treinamento e amistosos da Seleção Feminina de Handebol, na Áustria e na Hungria, já foi eleita a melhor atleta do Campeonato Mundial de Areia, em 2012. Apesar da rotina puxada por atuar por clubes de quadra e de praia, ela garante que não se vê longe de nenhum dos dois. A Seleção Brasileira foi campeã invicta do torneio Provident Cup, com vitórias sobre a Croácia, Hungria e Noruega, e as jogadoras que atuam no Brasil retornam ao País logo mais, com chegada prevista para a manhã desta terça-feira (29).

"Para mim, é muito importante estar nas duas Seleções. Eu lutei por isso. Estou feliz com essa convocação e com o reconhecimento que tive da comissão técnica durante esse período", destacou Patricia.

Apesar de ser uma das mais novas da equipe, ela afirma que ficou tranquila durante as atividades que fez na Europa. "Eu fui muito bem recebida. As meninas me acolheram e me ajudam sempre. Isso faz com que eu me solte mais dentro de quadra", afirmou. "Além disso, é muito bom estar ao lado de tantas atletas mais experientes do que eu. O grupo é forte e procurei me concentrar e evoluir", completou.

Manter essa versatilidade não é tarefa das mais fáceis. Segundo Patricia, que atua pelo Itapevi (SP) e pelo Campinas 360º Graus nas Areias (SP), o desgaste físico é grande, mas tudo vale muito a pena. "Não é fácil jogar na quadra e na areia e emendar competições, mas tenho a sorte de contar com treinadores que tentam amenizar os treinamentos quando volto de campeonatos, para que eu possa me recuperar do cansaço. Na areia, treinamos muito a parte física e acredito que isso me ajude bastante a ter mais resistência. Mesmo com essa rotina, é raro eu ter lesão. O meu corpo consegue se adaptar bem. O que eu tenho é cansaço, mas busco sempre alternativas para melhorar isso", contou ela, dizendo também que é muito diferente jogar nos dois pisos, desde os treinamentos até o jogo em si.

Mesmo sendo eleita a melhor do Mundo, logo na estreia em um Campeonato Mundial, ela acredita que isso não faz com que esteja garantida na Seleção de Areia. "Foi um momento mágico na minha carreira, de superação mesmo, porque eu não acreditava que estava bem para ir, quanto mais ser eleita a melhor. Apesar disso, tenho consciência que tenho sempre que ir bem para conquistar uma vaga", ressaltou.

Esta é a primeira convocação da atleta pelo técnico Morten Soubak. Para ele, Patricia é um jogadora que vem melhorando a performance a cada desafio. "Ela é alta, canhota e isso é importante para nós. Além disso, é inteligente dentro de quadra, o que é bom", analisou o dinamarquês.

Seleção Brasileira Feminina de Handebol

Goleiras - Bárbara Arenhart (Hypo Nö - Áustria) e Mayssa Pessoa (HK Dínamo Volgograd - Rússia).

Armadoras - Amanda Claudino de Andrade (Supergasbras/UNC/Concórdia-SC), Deonise Fachinello Cavaleiro (Hypo Nö - Áustria), Eduarda Amorim (Gyori Audi ETO - Hungria), Juliana Malta Varela de Araújo (MKS Zaglebie Lubin - Polônia), Karoline Helena de Souza (Team Tvis Holstebro - Dinamarca) e Patrícia Scheppa (Liga Itapeviense de Handebol-SP).

Centrais - Ana Paula Rodrigues Belo (Hypo Nö - Áustria), Deborah Hannah Pontes Nunes (Metodista/São Bernardo-SP), Franciele Gomes da Rocha (Hypo Nö - Áustria) e Mayara Fier de Moura.

Pontas - Alexandra Priscila do Nascimento (Hypo Nö - Áustria), Fernanda França da Silva (Hypo Nö - Áustria), Jéssica Quintino (Sport Club Vistal Gdynia - Polônia), Mariana Costa (Team Vendsyssel - Dinamarca) e Samyra Pereira da Silva Rocha (Mios Biganos Handball - França).

Pivôs - Daniela de Oliveira Piedade (Rokometni Klub Krim - Eslovênia), Elaine Gomes Barbosa (Força Atlética-GO) e Fabiana Carvalho Diniz (Hypo Nö - Áustria).

Comissão técnica

Técnico: Morten Soubak
Assistente técnico: Alex Aprile
Supervisora: Rita Orsi
Médico: Leandro Gregorut Lima
Fisioterapeuta: Marina Gonçalves Calister
Nutricionista: Júlia do Valle Bargieri
Psicóloga: Alessandra Dutra