Flávia Saraiva prova ser esperança de medalha para a Ginástica Artística Feminina em 2016
25.08.2014
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Flávia e o técnico Alexandre Cuia
Ricardo Bufolin/CBG
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Georgette ao lado de Flávia e com toda a equipe juvenil do Brasil
Ricardo Bufolin/CBG
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Atleta foi um dos destaques dos Jogos Olímpicos da Juventude
Ricardo Bufolin/CBG
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Flávia se destaca pela simpatia e graciosidade
Ricardo Bufolin/CBG
'Descoberta' por Georgette Vidor, atleta iniciou a prática da modalidade com nove anos em projeto social no Rio de Janeiro
Santo André (SP) - Uma das grandes promessas da Ginástica Artística Feminina já virou realidade. A jovem Flávia Saraiva brilhou durante os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China, e despertou a atenção de todo o País e até mesmo do Mundo. Com uma medalha de prata no Individual Geral, outra na trave e uma de ouro no solo, a carioca de 14 anos e apenas 1m35 mostrou a que veio. Flávia voa cada vez que se apresenta. Além do mais, chama atenção pela precisão, concentração e acima de tudo pelo carisma, fator quer pode fazer a diferença na modalidade.
Descoberta pela técnica Georgette Vidor, a pequena gigante começou a praticar ginástica artística em um projeto social no Rio de Janeiro (RJ), quando tinha por volta de nove anos. Como tudo que faz, levou o esporte desde o início muito a sério. "A Flávia sempre foi muito espevitada, então, alguém da família sugeriu que ela procurasse a ginástica. Como ela morava no bairro da Paciência aqui no Rio, e nós trabalhávamos com um projeto social em Campo Grande, a mãe dela nos procurou. Nesse dia, eu estava lá. Fizemos um teste e eu gostei enlouquecidamente dela", relembrou a coordenadora da Ginástica Artística Feminina da Confederação Brasileira de Ginástica.
Imediatamente, Georgette detectou um grande potencial em Flávia e sugeriu que ela treinasse quatro dias na semana, dois em um projeto e dois em outro. "No início, ela começou a treinar com a Heine (Milani) e em pouco tempo foi para uma dessas competições de massificação em que não foi muito bem. Ela ficou brava e chegou a dizer que queria parar. Aí, a 'coloquei na linha' e disse que precisava ter paciência", brincou Georgette. "Ela começou a se desenvolver muito rápido na ginástica e achamos que valia a pena começar a treinar ainda mais, então a Heine a levava toda sexta-feira para a Academia Bodytech, onde havia um grupo de treinamento com a professora Altair Prado e o assistente Renan Coelho. Eu a acompanhava sempre que podia e ela foi se desenvolvendo", complementou.
A treinadora, descobridora de vários talentos da ginástica destaca a perseverança e a simpatia da jovem atleta como suas principais qualidades e conta que ela costuma conquistar todos a sua volta. "A Flavinha cativava a academia inteira desde o início. Ela tem um carisma fora do normal. É sempre muito atenciosa e se interessa pelas pessoas", disse Georgette, que tem várias histórias que comprovam isso. "Para mim, ela lembra um pouco a Dayane, que era uma explosão de carisma. Isso é um dom", comparou.
Desde o início, Flávia era obstinada e perseverante. "No começo, ela não tinha benefício nenhum em treinar e competir. A família teve que fazer um esforço grande para que ela se dedicasse à ginástica. Em 2012, conseguimos um patrocínio muito legal do SESI para montar uma equipe promissora em Três Rios (RJ). Aí, fiz o convite para que ela fizesse parte da Qualivida, porém, teria que ir morar na cidade para treinar duas vezes ao dia. A mãe dela estava meio reticente, mas a Flávia bateu o pé e disse que queria ir", contou Georgette comprovando a forte personalidade da atleta.
Flávia então, começou a treinar com o técnico Alexandre Cuia, que a acompanha até hoje. Para a coordenadora, esse foi um fator decisivo também para o crescimento dela no esporte. "O Alexandre trouxe algumas meninas do Mato Grosso do Sul e fomos formando um grupo de preparação. Nesse ano ela deu uma alavancada e começou a ganhar as provas de trave. Além disso, começou a se destacar também no solo. Sempre foi muito graciosa, tem uma ponta de pé muito bonita., então, tudo isso ajuda. No ano passado veio o (Alexander) Alexandrov para a Seleção e também a Margarita (Vatkina) e tudo isso contribuiu."
Georgette acredita que ela pode ser uma peça chave para a conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. "Ela soma duas características muito importantes, que é fazer uma ginástica muito bonita a ser muito focada para a idade dela. Ela quer muito ser a melhor e ainda está junto com um treinador que é bastante focado também. Para completar, o Alexandre está se dedicando exclusivamente à Flávia, que é uma ginasta muito fácil de treinar. Tem todas as condições de ser uma atleta de ponta para 2016 e quem sabe estar em uma final, disputando uma medalha olímpica. Se ela amadurecer e continuar com essa personalidade que tem e com essa responsabilidade, pode trazer uma medalha para o Brasil", finalizou.
A Confederação Brasileira de Ginástica também acredita no potencial da pequena Flávia para levar a ginástica artística feminina ao pódio. "Ficamos muito felizes com o desempenho da Flávia nos Jogos Olímpicos da Juventude. Ela já vinha demonstrando um enorme potencial, prova disso foi o desempenho no último Campeonato Brasileiro", lembrou a presidente da entidade, Luciene Resende. "A nossa Seleção está passando por uma renovação e talentos como a Flávia nos dão a esperança de um futuro vitorioso para a ginástica brasileira", encerrou.