Doha (QAT) - O clima nesta terça-feira (20) em Doha, no Qatar, estava perfeito para a Seleção Brasileira. E, isso não é só levando em conta a temperatura que anda bem amena, mas também pelos sorrisos e pela leveza com que o grupo passou o dia. Hoje, os treinos de quadra ficaram de lado e deram lugar à yoga, piscina, passeio e descanso, tudo no maior clima de descontração. Para quem pensa que isso significa falta de preocupação com os próximos adversários, está muito enganado. Segundo a comissão, é algo tão necessário quanto estar em quadra.

O Brasil venceu uma partida importantíssima ontem contra a Bielorrússia e já amanhã enfrenta mais um grande adversário, a Eslovênia. Com uma rotina tão pesada, parar um pouco é algo essencial. Já durante toda a preparação, os momentos de muita intensidade e de relaxamento têm sido trabalhados constantemente, conforme explica o preparador físico Luigi Turisco. "Costumo dizer que em um campeonato, o menos é mais. Já potencializamos os atletas antes. Na preparação física é montada uma programação para que eles estejam no auge agora, durante o Mundial. Eles já passaram por muitas cargas, muito treinamento e a ideia é que quanto mais eles se recuperarem, mais rápido eles poderão dar outro estímulo, ou de treino ou de jogo", detalhou o profissional que acompanha a Seleção há mais de dois anos, desde quando o técnico Jordi Ribera voltou ao comando do grupo.

Com a 'carta branca' do preparador, a equipe teve uma rotina prazerosa nesta terça-feira. Depois de tomar café, aproveitou as instalações do hotel onde está hospedada em Doha para dar sequência ao trabalho. Primeiro foram alongamentos, depois um pouco de musculação, nada muito puxado. Na sequência utilizaram o gramado para fazer yoga, uma das marcas registradas de Luigi, e por fim, contraste nas banheiras de água quente e fria.

"Quando o atleta joga, depois ele demora para dormir, porque está super tenso. A musculatura tende a ficar muito rígida e contrair, dá espasmos ou até câimbras. Aí, eu faço a recuperação duas ou três horas depois, pelo menos com um pouco de alongamento. No dia seguinte, fazemos um trabalho de compensação das principais articulações do corpo, principalmente da região lombar, em seguida dou um treino de fortalecimento mais moderado e sempre faço um trabalho de yoga, com alongamento, respiração e relaxamento que não só entra na parte física, mas também na mental, par que eles possam se recuperar e estarem prontos", revelou o profissional.

Hospedados no mesmo local que outras Seleções que disputam o campeonato, o Brasil pôde 'espionar' um pouquinho como cada uma delas trabalha. "A preparação física não foge muito à regra. O que fazemos é bem parecido com o que os europeus, por exemplo, fazem. Já na recuperação, cada uma tem uma estratégia. Algumas usam medicamentos ou fazem massagem e fisioterapia, que também são importantes e temos isso aqui muito bem feito pelo Gustavo (Barbosa - fisioterapeuta da equipe). Nós trabalhamos em conjunto para deixar o atleta pronto. Mas, yoga, acredito que seja exclusivo do Brasil", pontuou Luigi.

Por fim, foi a hora de relaxar na banheira quente e levar um susto na gelada. "O contraste também serve para recuperar. O atleta fica um minuto na água quente e depois vai para o calor. No gelo a musculatura fica mais rígida e a dilatação dos vasos sangüíneos diminui, e depois ele vai para o quente, que é quando o vaso dilata e circulação se modifica", acrescentou.

Depois de todo esse tempo de relax, os atletas tiveram a tarde livre e, após o almoço, alguns deles resolveram desbravar um pouco a capital do Qatar, visitando um dos mais famosos pontos turísticos da cidade, o Souq Waqif, o principal mercado aberto da cidade. O passeio rendeu várias risadas empatou um pouco da curiosidade do grupo sobre os costumes locais. Mais um ponto positivo para estar com a mente 100% para amanhã e para a sequência do campeonato.