Após gestação, Camila Ferezin alia maternidade com treinos para os Jogos Pan-Americanos

06.05.2015  |    25 visualizações

Técnica da Seleção de Ginástica Rítmica de Conjunto comanda equipe atual campeã da competição e que é forte candidata ao bicampeonato

Santo André (SP) - O desejo de conquistar o bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos do Canadá e também bons resultados nas grandes competições do ciclo, como o Mundial da Alemanha e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, não saem da cabeça e do coração da técnica da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica de Conjunto, Camila Ferezin. No comando da equipe desde 2011, a treinadora não deixou o grupo de lado nem em um dos momentos mais importantes da vida de uma mulher: a gestação. Em busca da evolução e de encantar o público nos campeonatos, Camila alia o trabalho árduo no Centro Nacional de Treinamento em Aracaju (SE) com os cuidados com a filha recém-nascida, sempre presente nos treinos.

Essa fase é uma das melhores da vida pessoal e profissional de Camila, mãe de Maria Clara, de quase dois meses, e de João Lucas, de 16 anos. "Esse é um momento especial. Serão meus primeiros Jogos Olímpicos como técnica, ainda mais importantes por serem em casa. Será a concretização de um sonho e espero que a gente conquiste uma colocação inédita para o Brasil. Tenho certeza que todo esse esforço valerá a pena", assegurou a experiente Camila.

Um grande teste antes dos Jogos Olímpicos serão os Jogos Pan-Americanos, em Toronto, no Canadá, em julho deste ano, competição que traz boas recordações para a mais nova mamãe da ginástica rítmica, já que na edição de 1999, em Winnipeg, também no Canadá, o primogênito de Camila estava com quase seis meses de vida. Na época, ainda como ginasta, ela conquistou o ouro com a Seleção de Conjunto.

"Espero que o ouro se repita", brincou Camila. "Quando fui campeã Pan-Americana, meu filho tinha quase seis meses e no Pan de 2015 minha filha estará com quatro meses. Foi um momento único quando conquistei essa medalha e a vaga olímpica e agora espero viver isso novamente. Ser mãe como atleta e agora como técnica são situações diferentes, mas em nenhuma delas abri mão do meu trabalho. Não é fácil, mas é possível conciliar", afirmou a técnica.

No Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica de Aracaju (SE), local dos treinos permanentes da Seleção de Conjunto, Camila conta com o apoio da técnica interina, Anna Danielyan, e com a assistente técnica e coreógrafa, Bruna Marttins. Presente durante os treinos técnicos, na parte da manhã e da tarde, a treinadora está sempre acompanhada pela filha. Durante o primeiro mês de vida da pequena, mesmo de casa, ela seguia tudo o que acontecia no ginásio, ‘habitat’ de Camila.

"Trabalhei no ginásio até a véspera do parto e voltei quando minha filha completou um mês. Eu comandava tudo da minha casa, mas ficava com a cabeça lá. As meninas também sentiam falta. São anos importantes para a realização de um sonho. Os resultados dependerão de nosso trabalho agora. Estou conciliando a vida de técnica com a de mãe de um bebê recém-nascido, sempre de olho em tudo. Não parei de fazer nada, não quero abrir mão do ginásio e nem de amamentar a minha filha", explicou.

Essa proximidade da pequena desde muito cedo com a ginástica rítmica deixa Camila e as ginastas bastante felizes. Segundo a técnica, as atletas ficam mais ‘leves’ e interagem mais com a presença de Maria Clara nos treinos. "Elas gostaram dessa novidade. Querem acompanhar o dia-a-dia, levam presentes. Isso alivia um pouco a ‘pressão’ dos treinos. A Maria Clara já está se acostumando com o ambiente, não acorda mais com o barulho."

Camila e o pai (Ricardo) já têm planos para o futuro da filha. "Sonho que ela seja uma grande ginasta e o pai dela vai mais longe ainda e brinca que será uma campeã Mundial. O que quero mesmo é que ela se apaixone logo cedo pelo esporte", encerrou a mãe coruja.
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