Da redação, Santo André (SP) - A Confederação Brasileira de Handebol garantiu uma grande conquista fora das quadras, nesta quarta-feira (30). A entidade foi a segunda colocada na categoria governança do Prêmio Sou do Esporte, destinada a instituições com as melhores práticas de gestão. A premiação é uma iniciativa da rede Sou do Esporte, uma associação sem fins lucrativos, que promove o desenvolvimento do esporte brasileiro, com o apoio da organização dinamarquesa Play the Game, que atua na promoção da democracia, transparência e liberdade de expressão nos desportos.

O evento de entrega do reconhecimento foi realizado na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo (SP). Além da CBHb, foram agraciadas as Confederações Brasileiras de Rugby, em primeiro lugar, a de Vôlei, em terceiro, a de Tênis de Mesa, em quarto, e a de Atletismo, em quinto.

A CBHb adotou há alguns anos um modelo de gestão de maior transparência e mudanças administrativas, que incluíram a formação de comitês, que dividem a responsabilidade de condução da entidade com a diretoria constituída.

O segundo lugar obtido pela CBHb foi considerado um grato reconhecimento pelo diretor jurídico da entidade, Paulo Sérgio de Oliveira. Para ele, a colocação deve ser motivo de grande comemoração, pois para ele, o prêmio é, acima de tudo, um desafio a mais colocado no caminho da Confederação.

"Estávamos concorrendo com grandes Confederações, que fazem um excelente trabalho. Mas, esse prêmio, que é importante pelo reconhecimento do trabalho da CBHb, é também um enorme desafio, nos tira da zona do conforto e nos dá a certeza de que temos de avançar nesse modelo de governança. O importante é termos a convivção de que estamos trilhando o caminho certo, mas que ainda temos muito a avançar nessa caminhada. Estamos muito felizes. Esse é um prêmio da Confederação, de todos os departamentos e de todos os colaboradores", lembrou.

A governança corporativa tem sido importante parte do trabalho da CBHb nos últimos anos. A entidade tem feito inúmeras mudanças, inclusive em seu estatuto, como ajustes que fazem parte do processo de construção da Governança Corporativa para dar maior transparência às ações da entidade, a fim de melhorar os processos internos.

Apesar dos avanços que garantiram o prêmio, o vice-presidente da CBHb, Guilherme Raso, tem consciência de que é preciso caminhar na direção de uma profissionalização de todo o sistema de gestão. "Nosso Conselho, por exemplo, ainda é formado basicamente por voluntários, assim como nossos comitês. É um formato que faz parte da modalidade em todos os níveis. A mescla voluntário e profissional ainda é um fenômeno no handebol brasileiro, que se fez com pessoas que abraçam a causa e fazem acontecer. Dessa forma nossa modalidade está no Brasil inteiro, sobretudo nas escolas de todo o País, o que permitiu que hoje tenhamos um esporte vitorioso em número de praticantes. A CBHb, como organização líder nessa modalidade no Brasil, tem como desafio engajar cada vez mais pessoas nessa causa, de tornar o handebol um esporte que traga resultados ainda mais expressivos para o nosso País", declarou.

Carlos Brum, presidente do Conselho de Administração da Confederação, também entende que é fundamental ampliar as ações no campo administrativo, com o fortalecimento do modelo de Governança Corporativa. "Entendo que o processo é lento, pois não é simplesmente criar conselho e comitê que está tudo resolvido. Os assuntos têm de ser discutidos e medidas implementadas, mas é uma discussão colegiada. Trazer todos os problemas e ver o que tem de ser melhorado na gestão esportiva, como nos cobra o presidente da Confederação. Nós estamos em uma fase que ainda precisa de muito desenvolvimento, mas é bom sabe que estamos caminhando na direção certa."

Ainda é preciso avançar, mas Brum avalia que o prêmio é o reconhecimento pelo esforço e ousadia da CBHb em tornar mais transparentes suas ações e aplicação dos recursos. "Acho que esse prêmio é importante até para a sociedade, porque as Confederações eram vistas como entidades fechadas e que não passavam informação alguma. Hoje a transparência é uma necessidade. Temos sempre de prestar contas para quem está investindo e para buscar novos investidores. Eles têm de ver que nosso produto é bom, mas às vezes ficam em dúvida se estamos gerindo bem. Então, hoje mostramos que alguns passos já foram dados nessa questão, de melhorar o esporte e o dinheiro que é investido nele. Nossa missão é melhorar cada vez mais essas práticas", finalizou.

Durante o evento, foi lançado também o primeiro anuário brasileiro integralmente dedicado ao esporte e suas inúmeras formas de interação social. O anuário apresenta ideias, sugestões e experiências de 40 formadores de opinião, entre eles, ex-atletas e expoentes do mundo esportivo, que abrem um debate de como contribuir para o desenvolvimento do esporte no Brasil. Outra iniciativa da SDE para valorizar as melhores práticas e unir as lideranças esportivas do país, em prol do desenvolvimento do esporte nacional.

A cerimônia contou ainda com a presença de grandes personalidades do esporte nacional como Magic Paula, Clodoaldo Silva, Lars Grael, Daniel Mourão (UFC), Geraldo Bernardes (judô) e Arnon de Melo (NBA).