Da Redação (SP) - O Brasil fechou sua participação no Campeonato Pan-Americano de Ginástica Rítmica adulto com performances memoráveis, saindo da Arena Carioca 1 com três medalhas de ouro e uma de prata. O conjunto comandado pela treinadora Camila Ferezin foi campeão na série de cinco arcos e vice na mista. E Geovanna Santos confirmou sua condição de craque no individual vencendo as disputas nas maças e na fita.
No conjunto, o Brasil, com Maria Eduarda Arakaki, Bárbara Galvão, Deborah Medrado, Nicole Pircio e Giovanna Silva, fez uma apresentação muito competente na série de cinco arcos e conseguiu uma nota bem elevada: 32.550, o que lhe teria dado a medalha de prata na etapa de Pesaro da Copa do Mundo. Mesmo fazendo uma apresentação consistente, o México, tradicional rival continental do Brasil no conjunto, não conseguiu fazer frente, e levou a nota 30.450.
Na série mista, a elogiada coreografia montada com base na música “Smile”, de Charles Chaplin, acompanhada por collants que remetem ao fraque de Carlitos, novamente conquistou o público. Pequenas falhas, no entanto, acabaram comprometendo a nota: 28.700. Assim, o conjunto brasileiro acabou saindo com a prata. A formação que entrou na quadra tinha apenas uma diferença em relação à equipe que fora campeã nos cinco arcos. Em vez de Bárbara Galvão, quem participou foi Gabrielle Moraes.
Satisfeita com o ouro e a prata assegurados neste sábado, Maria Eduarda, a Duda, fez um balanço da jornada do conjunto no último dia do Pan adulto. “Conseguimos fazer bem a nossa série de arco, conquistamos o ouro. No misto infelizmente tivemos algumas falhas e a adversária fez bem a série. Ficamos com a prata, mas estamos felizes com o resultado. Somos o melhor país da América e vamos continuar trabalhando firme para o Campeonato Mundial”, disse Duda, sobre a competição que vai ser realizada em Sófia, na Bulgária, em setembro.
Deborah Medrado também avaliou positivamente o desempenho do conjunto brasileiro. “Conseguimos mostrar as nossas séries nos primeiros dias. Ainda apresentamos algumas falhas no misto. Vamos trabalhar para melhorar, mas mostramos que, quando fazemos bem a nossa série, tiramos notas altas”, comentou a ginasta.
Individual. Depois de apresentar uma performance muito boa no individual geral, disputa na qual foi vice-campeã, Geovanna Santos não se deu por satisfeita e simplesmente arrasou nas finais de aparelhos.
Primeiro, a ginasta capixaba executou, com sua energia característica, a série de maças, em ritmo frenético. Ela já pisou no tapete pressionada pela performance da norte-americana Alexandra Kautzman, que conseguira a nota de 29.450. Incendiando o público com seu carisma, ela deixou os torcedores com a respiração presa enquanto lançava os aparelhos, realizando movimentos com alto grau de dificuldade. No final, quando saiu a nota 30.550, a Arena Carioca explodiu em êxtase.
“Estou muito feliz. Na classificatória eu consegui cravar a minha série. Agora tive uma pequena perda. Consegui me recuperar, mas fiquei sem saber se ia dar. Não acreditava que ia vir o ouro, mas alcancei uma nota na casa dos 30 e estou muito, muito feliz por ter conseguido esse ouro para o Brasil. Quero agradecer a minha técnica, Gisela Batista, que está sempre comigo”, disse Jojô, como é conhecida na Ginástica, antes de voltar ao tapete para a final seguinte.
Na disputa da fita, Geovanna novamente cumpriu com muita competência sua série, e superou um duelo com a talentosa argentina Sol Fainberg, que deixou o Rio com três medalhas em finais de aparelhos: prata na bola e na fita e bronze no arco.
Mesmo sem ter conseguido medalhas, a sergipana Maria Flávia, de 16 anos, saiu satisfeita com o seu desempenho. Ela foi inscrita em apenas dois aparelhos, no arco e na bola, e foi às finais de ambas. Estar entre as melhores da competição foi uma experiência que a ginasta de Aracaju acredita que acrescentará muito a sua carreira.
“Estou muito feliz. Quero agradecer a todo mundo que tornou possível que eu estivesse aqui hoje, que fez com que esse sonho virasse realidade. Estou com uma sensação inexplicável por poder estar aqui, representando o meu país, a minha cidade, o meu clube, e viver tudo isso me deixa muito feliz. Apesar de a final não ter sido tão boa quanto a semifinal, estou satisfeita mesmo assim. Vou sair daqui mais madura, pois estou competindo com as maiores da América e consegui terminar entre as oito melhores”, disse Maria Flávia.
SÉRIE DE CINCO ARCOS
1º) BRASIL – 32.550
2º) México – 30.450
3º) EUA – 26.450
4º) Venezuela – 24.750
5º) Colômbia – 22.900
6º) Cuba – 22.750
7º) Chile – 20.900
8º) Costa Rica – 17.950
SÉRIE MISTA (TRÊS FITAS E DUAS BOLAS)
1º) México – 29.500
2º) BRASIL – 28.700
3º) EUA – 24.550
4º) Venezuela – 21.900
5º) Cuba – 21.200
6º) Argentina – 17.000
7º) Chile – 15.950
8º) Costa Rica – 15.500
RESULTADOS – FINAIS – INDIVIDUAL
MAÇAS
1º) Geovanna Santos – BRASIL – 30.550
2º) Alexandra Kautzman – EUA – 29.450
3º) Carmel Kallemaa – Canadá – 29.350
4º) Sol Fainberg – Argentina – 29.150
5º) Mariana Vitória – BRASIL - 28.900
6º) Suzanna Shahbazian – Canadá – 28.050
7º) Marina Ramirez – México – 27.000
8º) Karla Diaz – México – 26.300
FITA
1º) Geovanna Santos – BRASIL – 29.100
2º) Sol Fainberg – Argentina – 28.700
3º) Marina Ramirez – México – 28.400
4º) Carmel Kallemaa – Canadá – 28.150
5º) Erica Foster – EUA – 26.650
6º) Suzanna Shahbazian – Canadá – 26.300
7º) Ledia Aladro – México – 26.250
8º) Alexandria Faith – EUA – 25.700
ARCO
1º) Marina Ramirez – México – 29.700
2º) Suzanna Shahbazian – Canadá – 28.750
3º) Sol Fainberg – Argentina – 28.500
4º) Ledia Aladro – México – 28.450
5º) Carmel Kallemaa – Canadá – 28.150
6º) Alexandria Kautzman – EUA – 27.700
7º) Maria Flávia Britto – BRASIL – 26.150
8º) Lina Orozco – Colômbia – 26.10
BOLA
1º) Alexandria Kautzman – EUA – 30.300
2º) Sol Fainberg – Argentina – 29.500
3º) Suzanna Shahbazian – Canadá – 29.250
4º) Erica Foster – EUA – 29.150
5º) Karla Diaz – México – 28.950
6º) Maria Flávia Britto – BRASIL – 28.700
7º) Christina Savchenko – Canadá – 28.350
8º) Geovanna Santos – BRASIL – 28.150
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