Ginástica Rítmica do Brasil luta para se manter na elite no Mundial de Sófia

13.09.2022  |    821 visualizações

Depois de conquistar vagas inéditas na edição de Kitakyushu, no ano passado, ginastas brasileiras tentam dar continuidade a ótimo momento

Da Redação (SP) - Quem acompanhou o Mundial de Ginástica Rítmica do ano passado, realizado em Kitakyushu, ficou com “gostinho de quero mais” ao ver o Brasil alcançar feitos inéditos: classificação para a final da série simples, entre os conjuntos, e também no individual geral, com Bárbara Domingos. Essa longa espera acaba nesta semana. Nesta quarta-feira, terá início o Mundial de Sófia, na Bulgária. O SporTV e o Canal Olímpico (streaming) vão transmitir ao vivo a competição.

No primeiro dia de competições, haverá a disputa da fase de qualificação e as finais do arco e da bola. As representantes do Brasil serão Bárbara, novamente, e Geovanna Santos. No dia seguinte, a programação se repete, mas nos aparelhos maças e fita. Na sexta-feira, os conjuntos entram em ação, na fase de classificação.

Devido a uma cirurgia no quadril, Bárbara ficou sem competir desde novembro do ano passado, quando participou do Sul-Americano de Cáli. Ela voltou no Campeonato Brasileiro, em São Caetano do Sul (SP), no mês passado, e teve desempenho surpreendente, conquistando quatro medalhas de ouro.

A treinadora da ginasta curitibana, Marcia Naves, fez um relato sobre a trajetória da atleta nos últimos meses. “A Babi não estava pronta para o Brasileiro. Ela ficou seis meses sem treinar, e isso é muito tempo. Teve apenas dois meses de treino, e apresentou quatro séries novas. Era uma competição muito difícil. Uma semana antes, pensamos em desistir. Mas nós duas somos muito corajosas e decidimos participar para ela ter um retorno às quadras, sem cobranças ou expectativa de resultados. Tenho certeza de que ela fez o que fez por sua experiência, por ter muita vontade de retornar ao seu hábitat natural, por ter recebido apoio do público, que foi super-receptivo, e pelo seu amor à ginástica”.

Depois da competição no ABC paulista, Bárbara rumou para a Romênia, onde disputou a etapa de Cluj-Napoca da Copa do Mundo. Em seguida, ela finalizou sua preparação já na Bulgária. “Tivemos duas semanas de treino aqui e ela está mais preparada. Ainda considero pouco tempo de treinamento para um Mundial, mas ela é guerreira e vai se superar mais uma vez. Ganhou confiança. Fez dois treinos-controle com as búlgaras e canadenses e se saiu muito bem. Acho que na GR tudo é possível e ela vai fazer o seu melhor neste momento”, acrescentou Marcia.

Já Geovanna trabalhou as séries, depois do Campeonato Pan-Americano, visando à sua primeira participação num Mundial como atleta do individual. “Mudamos pouca coisa, focando a elevação do nível de dificuldade. Aqui em Sófia, a finalidade é fazer as séries sem perder o aparelho, focando a execução”, disse a treinadora da atleta capixaba, Gizela das Mercês Batista.

Conjunto. Enquanto as ginastas do individual se preparam para ir à luta na quadra, o conjunto finaliza os últimos preparativos para encarar a fase qualificatória.

Segundo a treinadora Camila Ferezin, o público vai poder acompanhar uma equipe que evoluiu em relação ao ano passado. “Desta vez, o grande diferencial do Brasil é que conseguimos alcançar um nível alto de dificuldade em nossas coreografias. Assim, vamos poder brigar na quadra entre os melhores do mundo”.

Tendo por base as modificações no Código de Arbitragem, a comissão técnica montou duas coreografias que valorizam muito a parte artística, e Camila avalia que essa aposta tem tudo para dar resultados. “Estou confiante nesse diferencial que a FIG propôs neste ciclo. O Brasil levou muito a sério essa mudança, até porque acreditamos que a GR é um show, um grande espetáculo. Sendo assim, temos que agradar ao público, e nada melhor do que investir na parte artística das nossas coreografias”.

Para a série mista (duas bolas e três fitas), foi montada uma coreografia tendo como base a música “Smile”, de Charles Chaplin. Já a trilha sonora da série simples (cinco arcos) é a música “Fantasy on Ice”.

Na avaliação de Camila, os progressos que o conjunto brasileiro tem alcançado são resultado de um projeto bem estruturado e de longo prazo. “Iniciamos o ciclo anterior com este time bem jovem e fomos trabalhando, amadurecendo. Acumulamos experiência ao longo dos anos. Conseguir manter o grupo unido, treinando em alto rendimento durante todos estes anos, está fazendo toda a diferença nesta fase que estamos vivendo. Sabemos que temos um grupo forte, excelentes coreografias com alto grau de dificuldade. Agora é ter tranquilidade e controlar a emoção para elas mostrarem na quadra o que estão fazendo nos treinamentos”.

 

PROGRAMAÇÃO

14/09 - QUARTA-FEIRA

5h30 – 15h10 – Fase qualificatória – individual – arco e bola

16h20 – 17h – Cerimônia de abertura

17h-17h35 – Final arco

17h42 – 18h17 – Final bola

 

15/09 – QUINTA-FEIRA

5h30 – 15h16 – Fase qualificatória – individual – maças e fita

17h – 17h35 – Final maças

17h42 – 18h17 – Final fita

 

16/09 – SEXTA-FEIRA

10h30 – 14h55 – Fase qualificatória – conjuntos – série de cinco arcos e série de três fitas e duas bolas

 

17/09 – SÁBADO

10H45 – 15H31 – Final – individual geral

 

18/09 – DOMINGO

11h – 11h43 – Final – conjuntos – série de cinco arcos

11h48 – 12h31 – Final – conjuntos – série de três fitas e duas bolas

13h15 – 14h – Cerimônia de encerramento

 

Seleção Brasileira de Conjunto

Bárbara Galvão (série simples)

Deborah Medrado (séries simples e mista)

Gabrielle Moraes (série mista)

Giovanna Silva (séries simples e mista)

Maria Eduarda Arakaki (séries simples e mista)

Nicole Pircio (séries simples e mista)

Treinadora: Camila Ferezin

Assistente: Bruna Akawana Martins Rosa

 

Seleção Brasileira Individual

Bárbara Domingos

Geovanna Santos da Silva

Treinadoras: Marcia Naves e Gizela das Mercês Batista

 

 

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