Da Redação (SP) - Instalada em Troyes, a 160km de Paris, desde o último domingo, a delegação brasileira de Ginástica Artística vivencia uma etapa importantíssima de seu calendário: o processo de aclimatação que visa aos Jogos Olímpicos de Paris. Nunca é ocioso lembrar que a classificatória da Ginástica Artística Masculina está marcada para o próximo dia 27. No dia seguinte, será a vez de as ginastas darem o seu espetáculo na Arena Bercy.
Já devidamente instalado, Henrique Motta, diretor esportivo da Confederação Brasileira de Ginástica e um dos chefes da delegação de GA, ao lado de Juliana Fajardo, procurou sintetizar o significado da aclimatação. “Trata-se do mesmo processo que a gente vem realizando nas últimas competições, ao longo de todo este ciclo olímpico, com o mesmo número de dias. Planejamos esse período com o intuito de proporcionar aos atletas a oportunidade de se acostumarem ao clima e ao fuso horário e de treinarem nos aparelhos da mesma marca que equipa o ginásio onde serão disputadas as provas olímpicas”.
O Complexe Sportif Henri-Terré, situado no departamento de Aube, na região de Champagne-Ardenne, ainda vai receber as delegações de Ginástica Rítmica e de Ginástica de Trampolim.
Pela primeira vez, a CBG teve que planejar aclimatação simultânea das três modalidades gímnicas olímpicas, porque nunca antes o Brasil havia emplacado classificação na totalidade delas para um mesmo evento olímpico. Uma das grandes conquistas deste ciclo foi a obtenção de vagas olímpicas na Ginástica de Trampolim dentro do ginásio. Na Rio 2016, houve, nessa modalidade, participação brasileira, mas foi viabilizada pelo critério de cota atribuída ao país-sede. “Esse é o tipo de desafio que gostamos de ter. Sermos representados em todas as modalidades gímnicas envolve mais planejamento, trabalho e organização, mas nossa felicidade por vermos brasileiros nas três modalidades é imensa”, diz Motta.
Antes de se decidir por Troyes, a CBG promoveu visitas a outros Centros de Treinamento, inclusive em outros países, como Portugal, que já recebeu ginastas brasileiros antes. “Alguns fatores tiveram peso importante para esta decisão. Se tivéssemos optado por outro país, teríamos que fazer alguma viagem aérea antes de rumarmos para a cidade-sede dos Jogos. Como estamos perto de Paris, uma curta viagem já nos deixará lá. A logística não poderia ser mais favorável”, explica o diretor esportivo da Confederação, que visitara o Complexe em abril deste ano.
A satisfação dos brasileiros envolvidos nos treinamentos é evidente. Iryna Iyashenko, uma das treinadoras que fazem parte da Comissão Técnica da Ginástica Artística Feminina, contribui para entendermos a importância dos dias que correm no complexo esportivo. “Nestas ótimas instalações, podemos realizar da melhor forma nossos treinamentos e avaliações. Nossa equipe vai se acostumar com a ordem de apresentação, por exemplo. Este último estágio de treinamento é fundamental para que os ginastas entrem no clima da competição, de forma a poder dar o seu melhor quando for chegada a hora”.
A delegação brasileira inclui a presença de integrantes da comissão multidisciplinar. “A entrega dos atletas nos Jogos Olímpicos não é apenas técnica. Eles precisam estar bem física, técnica, emocional e psicologicamente. Cada um desses profissionais desempenha um papel para que os ginastas possam mostrar na Arena Bercy tudo aquilo que são capazes de fazer”, finaliza Motta.
PROFISSIONAIS DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DA GINÁSTICA ARTÍSTICA EM TROYES:
Médica: Lara Ramalho
Psicólogas: Aline Wolf e Carla Ide
Fisioterapeutas: Álvaro Margutti e Angel Souza
Massoterapeuta: Caine Garrido
Preparador físico: Leonardo Azevedo
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