Da Redação (SP) - Os ginastas Diogo Soares e Arthur Nory entraram em ação neste sábado, na Arena Bercy. Os brasileiros participaram da Subdivisão 1. Restam duas ainda a ser disputadas, e somente ao final da programação serão conhecidos os finalistas no individual geral e nos aparelhos, bem como as oito equipes que prosseguirão na disputa.

Diogo Soares conseguiu as notas 14.200 (salto sobre a mesa); 13.033 (argolas), 14.133 (barra fixa), 13.933 (paralelas), 13.100 (solo) e 13.600 (cavalo com alças). Na soma dos resultados, o piracicabano fica com 81.999, que está no patamar costumeiro dos finalistas no individual geral em competições desse nível.

Arthur Nory, inscrito na prova da barra fixa, obteve a nota 12.900. Ao final da Subdivisão1, ocupava a 13ª posição. Apenas oito ginastas avançam à final, em cada aparelho.

Superada a classificatória, o momento passa a ser de espera, segundo Diogo. “Acho que eu já fiz minha parte e agora é questão de tempo. A gente tem que ter paciência. Vou voltar para a vila, dar um passeio, correr, andar de bicicleta. É fazer alguma coisa e aguardar. Acho que o mais difícil já foi. Agora é tomar um sorvete lá na Vila Olímpica”.

Diogo se mostrou feliz pelo acerto da estratégia escolhida. “Reduzimos o nível de dificuldade da série para deixá-la mais limpa, para poder ganhar na matemática. A nota que conseguimos é algo que já estava na nossa meta. É um resultado mais confortável para ir à final”.

Daniel Biscalchin, treinador de Diogo, frisa que é possível aumentar a pontuação no dia da final. “Agora teremos mais quatro dias para treinamento e para consertar alguns errinhos. Poderemos aumentar a dificuldade para conseguirmos uma nota ainda melhor”.

Nory procurou explicar o momento em que teve dificuldade para dar prosseguimento à execução da série, o que acarretou uma pausa e perda de pontuação. “Fui para cima demais do aparelho. Peguei ele muito perto. É uma fração de segundo. Tentei me arrumar, mas estava desequilibrado, Segui até o fim, mas sabendo que a nota estava comprometida”.

Campeão mundial na barra fixa em 2019, Nory teve resultados notáveis neste ciclo, no qual foi medalhista no mesmo aparelho, no Mundial de 2022, e finalista na edição seguinte, no ano passado, na Antuérpia. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, conquistou o ouro na barra.

“Não é uma falha que vai apagar o legado que o Nory deixou. Não será revertido o que já foi feito. Agora é reavaliar, planejar de novo. Gosto de rever as falhas minuciosamente, de buscar o acerto. Vem aí uma mudança bem drástica no código de pontuação, e que vão beneficiar muito o Nory. Vão subir de valor elementos que ele já faz, e outros, que não fazia por não serem valorizados pelo atual código, vão ser valorizados também. Nory virá com séries novas. Agora é descansar e recuperar o fôlego. Há muito por vir”, disse o treinador Cristiano Albino, que acompanha Nory há muitos anos.

Nory descartou categoricamente a possibilidade de encerrar a carreira. “Vou continuar, não vou deitar. Para mim não acabou. Nada vai apagar minha história. O que a gente faz, vai continuar fazendo com muito orgulho, que é representar o meu país”.

O atleta esclareceu também que não teria como apresentar uma série com grau de dificuldade inferior, pois a nota obtida seria insuficiente para levá-lo à final.

“Não tinha uma série mais fácil. Se fosse mais fácil, não iria me colocar na final. A gente sabe como é a competição, principalmente na barra fixa. O nível subiu demais. Agora é trabalhar bastante. Quero voltar em Los Angeles com a equipe completa”, afirmou o medalhista dos Jogos Rio-2016 no solo.