Da Redação (SP) - O Brasil novamente brilhou na 3ª edição do Mundial Juvenil de Ginástica Rítmica, disputada em Sófia. Neste domingo, 22, o conjunto comandado pela treinadora Juliana Coradine se sagrou vice-campeão na série de cinco arcos. Com a nota 25.350, nossas ginastas ficaram atrás apenas das donas das casas, as búlgaras, que obtiveram 26.600. No terceiro lugar do pódio, Estônia e Itália, ambas com 25.100, ficaram com os bronzes.
A conquista no último dia de disputas se soma ao feito da véspera, quando as brasileiras Andriely Leticia Cichovicz, Julia Anny Colere da Cruz, Amanda Manente, Alice Neves de Medeiros e Clara Beatriz Pereira Vaz alcançaram a prata no All Around, que consiste na soma da pontuação das duas séries executadas na fase classificatória.
Na avaliação de Ricardo Resende, diretor-geral da CBG, as duas conquistas históricas do Brasil no Mundial Juvenil dão respaldo ao ambicioso projeto da entidade, que apostou em manter a equipe concentrada no Centro Nacional de Treinamento de Aracaju, espelhando as condições oferecidas à Seleção Brasileira adulta.
“A CBG decidiu fazer do Brasil uma potência da ginástica rítmica. Pudemos comprovar o grande crescimento da Seleção Brasileira de conjunto da categoria adulta, que vem obtendo seguidos resultados em competições importantes, como a Copa do Mundo. Numa segunda etapa, resolvemos replicar esse modelo vencedor, oferecendo as mesmas condições de trabalho para a Seleção Brasileira de Juvenil. As meninas moram e treinam em Aracaju. Todos os detalhes foram estudados: sistema de treino, logística, transporte, alimentação, limpeza dos apartamentos em que elas residem. Para se ter uma ideia, a Seleção Juvenil, apenas na parte de preparação física, tem duas profissionais - uma preparadora e uma auxiliar - em regime de dedicação exclusiva a essas meninas. E os resultados aí estão: o Brasil vai comprovando que tem material humano excelente para as próximas edições dos Jogos Olímpicos”.
Juliana Coradine, treinadora da Seleção Brasileira Juvenil, oferece um ponto de vista que é determinante para que se compreenda a evolução do Brasil ao longo da história do Mundial Juvenil, cujas duas primeiras edições foram Moscou-2019 e Cluj-Napoca-2023.
“Participo do Mundial Juvenil desde 2019. Na primeira edição, o Brasil se apoiava num modelo clubístico. Eu representava o meu clube, a Unopar, do Paraná. Nossa equipe foi para Moscou e ficamos na 28ª posição no All Around. Depois que a CBG selecionou as meninas e levou todo mundo para Aracaju, a gente ganhou condições de fazer um trabalho de base muito bom. Hoje nos dá respaldo uma equipe multidisciplinar composta por preparador físico, médico, psicoterapeuta, psicólogo, entre outros. Trabalhamos juntos, com planejamento e foco. Na Romênia, quatro anos depois, já percebemos uma evolução gigantesca – conseguimos a sexta colocação, uma prova de que estávamos no caminho certo.
E agora, a confirmação definitiva: duas medalhas de prata, um resultado extraordinário. A gente está feliz demais. Essa história toda só vem a demonstrar que o investimento na base é a chave do sucesso para a nossa ginástica. Então, deixo aqui novamente os meus agradecimentos à CBG, Loterias CAIXA, COB e Ministério do Esporte. Muito obrigado a cada profissional da equipe multidisciplinar, a cada trabalhador e trabalhadora, desde a cozinheira até o motorista que transporta essas meninas para o Centro de Treinamento e para as residências. Agora é comemorar e depois continuar trabalhando muito, porque este é o caminho”.
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