Da Redação, São Paulo (SP) - Como o próprio nome indica, a ginástica artística é mais do que um esporte; é arte também. Por conseguinte, o grupo de controle da CBG, formado por ginastas jovens de alto nível, há várias semanas afastadas dos ginásios devido à pandemia, não quer manter indefinidamente suas habilidades escondidas dos olhares dos outros – demonstrar o que sabem é necessário, e a interação com os espectadores, fundamental. Por esse motivo, nesta terça-feira, a partir das 15h30, haverá o Treino Aberto ao Público de Ginástica Artística Feminina. A Confederação Brasileira de Ginástica vai tornar disponíveis 1.000 vagas da sala virtual para fãs da modalidade – a sala de espera será aberta meia hora antes. Desde meados de abril, as ginastas estão treinando no interior de suas residências, sendo observadas e orientadas pelos treinadores por meio de aplicativos que compartilham as imagens captadas pelas lentes de cada microcomputador pessoal ou celular das atletas.
A sessão de terça repetirá uma iniciativa levada a cabo pela primeira vez pela Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica, na última quinta-feira. O sucesso da experiência, lançada com a finalidade de reforçar ainda mais a motivação das ginastas, foi impressionante. Não demorou muito para a capacidade de público se esgotar. Às 7h30, uma hora antes do início da atividade, já havia 300 pessoas aguardando numa sala de espera virtual.
“A ginástica artística é expressão corporal. Costumamos estimular as atletas a ser criativas, a perder a vergonha. Elas trabalham duro e sempre querem mostrar sua evolução. Esse treino aberto é visto por nós como uma oportunidade de elas exibirem o que sabem fazer de melhor”, diz Adriana Alves, Coordenadora Técnica de Ginástica Artística Feminina da CBG.
O Brasil não é o único país a utilizar o compartilhamento de imagens, mas está arrancando elogios pela desenvoltura no uso dessa ferramenta – um deles enviado, por email, pelo próprio presidente da FIG (Federação Internacional de Ginástica), Morinari Watanabe. A atividade da GR foi acompanhada por treinadores de outros países da América do Sul, e o treino de terça será visto por técnicos ucranianos.
“Trabalhei durante muitos anos na Universidade de Educação Física e Esporte, em Dnipro”, diz a ucraniana naturalizada brasileira Iryna Iyashenko. “Hoje meus alunos trabalham como professores da modalidade, e eles querem aprender mais sobre métodos de treinamento à distância conosco”, acrescenta ela.
Semana a semana, os conteúdos são revisados; as atividades consideradas mais eficazes são mantidas, e reformulam-se outras. “Os treinadores estão se dedicando muito ao preparo dos treinos, tudo tem sido muito pensado, e as ginastas também estão de parabéns, com muita disciplina. São muito dispostas para o trabalho. Apresentam-se diariamente com pontualidade, já uniformizadas. Nosso trabalho está fluindo”, observa Iryna.
O foco nas especificidades do trabalho é a alma dos treinamentos online, na avaliação do treinador Francisco Porath Neto, treinador da seleção feminina. “A evolução das meninas é nítida. Por estarmos fora do ginásio, não estamos conseguindo treinar nos aparelhos. Apenas alguns exercícios elas podem fazer. Por isso mesmo, o que podemos fazer, temos que fazer bem feito. Vamos ao detalhe do detalhe. A execução tem que ser perfeita, e as câmeras nos mostram tudo. Estamos conseguindo dar ritmo. Elas ouvem os comandos e já executam”.
Além de fornecer doses reforçadas de motivação para as 25 atletas do grupo de controle, os treinadores querem, com o treino aberto, divulgar a modalidade e atrair jovens praticantes. “É muito gratificante mostrar ao Brasil o nosso trabalho. Sei que a criançada vai acompanhar, e queremos fazer bonito também para elas, que são o futuro do nosso esporte”, comenta Iryna.
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