Ginástica Artística Masculina faz treino aberto e mostra como enfrenta o desafiador momento atual

10.06.2020  |    248 visualizações

Com grande capacidade de planejamento e alta dose de criatividade, treinadores se esforçam para manter grupo em forma e coeso

Da Redação, São Paulo (SP) - E agora chegou a vez de a Ginástica Artística Masculina realizar seu treino aberto, depois do grande sucesso alcançado pelos eventos da Ginástica Rítmica e do grupo de controle da Ginástica Artística Feminina (atletas convidadas). A atividade está marcada para esta quinta-feira (11), a partir das 14h.

A ação foi elaborada para que clubes, associações esportivas filiadas às federações estaduais, ginastas, treinadores e fãs possam acompanhar as atividades realizadas diariamente pelos atletas participantes.

“O público vai ter a oportunidade valiosa de ver o que os atletas fazem no dia a dia de treinos. Isso não é comum ao longo de períodos normais de eventos e competições, pois esse tipo de treino é bem particular, com atividades individualizadas para cada atleta. O que as pessoas poderão acompanhar serão exercícios diferentes em relação àqueles executados em aparelhos. Os exercícios estão adaptados à realidade de cada um, em cada casa”, diz o treinador Cristiano Albino.

O coordenador da Seleção de Ginástica Artística Masculina, Marcos Goto, dá mais detalhes sobre a capacidade de improvisação que tem sido fundamental para que os atletas se encontrem na melhor situação física possível. “Os ginastas utilizam utensílios domésticos para realizar esse trabalho, como sofá, cadeira, banco, pacote de arroz, de feijão, galão de água, cabo de vassoura, o que tiver em casa. Destacamos que todas essas atividades são devidamente orientadas e realizadas com toda a segurança”.

Alguns ginastas foram mais além e montaram artesanalmente equipamentos que contribuem para que realizem exercícios mais proveitosos. “Alguns atletas fabricaram aparelhos auxiliares para complementar o trabalho. Isso mostra o comprometimento, coesão e adesão ao nosso projeto”, acrescenta Goto.

As atividades têm duração de 3h a 3h30 diárias. O primeiro bloco consiste em trabalhos de mobilidade articular seguidos de exercícios preventivos orientados por um grupo de fisioterapeutas dos clubes participantes. O segundo é formado por exercícios gerais e específicos adaptados, com utilização dos utensílios domésticos citados acima. O terceiro é formado por palestras de grandes nomes do cenário esportivo nacional, sejam ex-atletas ou atletas ainda em atividade, como os medalhistas olímpicos. “Nosso objetivo é mostrar de onde a ginástica veio, o nosso passado. É importante sabermos como era a ginástica antigamente, o que foi feito para termos os resultados que conseguimos alcançar, a estrutura que temos”, explica Goto.

O Coordenador aposta que, ao fim da pandemia, o Brasil terá uma ginástica ainda mais forte. “Mesmo em tempos desafiadores de isolamento social, a Ginástica Artística Masculina conseguiu se reinventar. Estamos longe um do outro, porém nunca estivemos tão próximos, e continuamos trabalhando em prol do mesmo objetivo, com comprometimento e foco no nosso grupo de trabalho, no desenvolvimento e organização da ginástica brasileira”.

“A partir do momento que a gente identificou que não teríamos mais acesso ao ginásio e aos aparelhos, nós nos vimos impelidos a tomar algum tipo de atitude e a fazer algum tipo de atividade com os atletas. A única maneira que a gente tinha de fazer isso seria online. Decidimos fazer isso com acompanhamento próximo. De início tínhamos poucas pessoas envolvidas: dois profissionais e um fisioterapeuta. Depois fomos ampliando aos poucos. Com a ampliação, percebemos a importância desse treino. É uma forma de manter os atletas comprometidos, seguindo horários, disciplinados. O treino online possibilita a nossa observação. Conseguimos fazer algumas correções. Com o tempo, colocamos mais trabalho de fisioterapia, exercícios preventivos, de mobilidade. Acrescentamos alguns protocolos de tempo e quantidade dentro dos exercícios. Estamos podendo fazer trabalho de preparação física geral e específica e trabalho com pesos e cardiorrespiratórios. Estamos preservando a parte física. Alguma coisa da parte técnica eles vão perder, não temos como controlar isso, mas vamos recuperar quando voltarmos a treinar com aparelhos. Para resumir, vamos perder menos. E estamos agregando atletas, profissionais e treinadores. Isso faz com que a gente tenha compartilhamento de informações. Nossa comunicação está melhorando, e isso é muito importante. Os treinadores da comunidade estão se conhecendo mais, sabendo quem é quem”, diz Albino.

Um dos benefícios mais expressivos, segundo o treinador, é o que advirá das atividades realizadas com a nova geração. “Imagine como se sente um atleta de dez, 11, 12 anos treinando com um Arthur Zanetti, Francisco Barretto ou Caio Souza. Isso serve de espelho. Com certeza vamos colher muitos frutos no futuro”.

 

 

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