Da Redação (SP) - A delegação brasileira que participou da etapa de Cantanhede da Copa do Mundo de Ginástica Aeróbica, em Portugal, retorna ao País com duas medalhas na bagagem e a agradável perspectiva de que poderá fazer bonito no Mundial, programado para junho em outra cidade lusitana, Guimarães, e nos World Games, a ser disputados em Birmingham (EUA), em julho.
O maior feito foi alcançado por Tamires Rebeca Silva. Aos 23 anos, a ginasta mineira subiu pela primeira vez ao pódio numa etapa de Copa do Mundo – e estreou logo com uma medalha de ouro. Nas duplas mistas, a mesma Rebeca, ao lado de Lucas Barbosa (medalha de bronze no Mundial de Baku-2021), conquistou a medalha de prata, atrás apenas de uma representação húngara, composta por Daniel Bali e Fanni Mazacs. Os campeões obtiveram a nota 21.100 na final, contra 21.000 dos brasileiros. Na classificação, as duas duplas haviam empatado em primeiro lugar, com 20.800. No masculino, Lucas cometeu um erro e ficou na oitava colocação na final, com 20.000. Ele havia se classificado em terceiro lugar, com 20.400.
Rebeca admite que o resultado foi além do que esperava. “Minha primeira expectativa era ir bem, visando a um pódio. Uma medalha de ouro eu realmente não esperava, para ser bem sincera”.
A performance da mineira em Cantanhede fortaleceu a confiança da atleta para os próximos desafios da temporada. “O individual feminino é sempre uma prova muito disputada. Acredito que estou preparada. Essa conquista me deu uma outra perspectiva sobre essa disputa. Vamos chegar nas próximas competições aspirando a um lugar no pódio, entre as melhores do mundo”.
O experiente Lucas admite que a conquista de Rebeca, sua colega de treinos há muitos anos na Universidade Federal de Minas Gerais, mexeu com suas emoções. “Fiquei muito emocionado. Sempre soube do potencial que ela tem. A Rebeca só precisava confiar mais em si mesma. Foi muito tocante para mim, principalmente por acompanhar tão pertinho a trajetória dela”.
Kátia Lemos, treinadora dos dois ginastas, diz que o resultado de Rebeca fez justiça à ginasta. “Eu já esperava um resultado desse porte, por ela ser esse exemplo de disciplina e de dedicação. Já sabia da grande qualidade técnica da Rebeca. O que ocorre é que agora ela realmente desabrochou. Eu me sinto realizada”, disse a professora, sobre a ginasta.
Na opinião de Kátia, o resultado de Rebeca reforça as possibilidades de grandes conquistas da dupla mista brasileira em Guimarães e em Birmingham. “Todo esse progresso vai acabar se refletindo em nossa dupla”, diz a treinadora. “O público amou nossa apresentação. Recebemos muitos elogios e feedback altamente positivo. Realmente acredito que estamos no caminho certo para vencermos os World Games”, afirma Lucas.
Quanto à sua performance na disputa individual, Lucas enxerga um lastro positivo extraído de sua participação em Cantanhede. “Eu realmente tinha condições de ganhar uma medalha aqui, mas não tive muito tempo hábil para treinar minha rotina. Sabíamos dos riscos e arriscamos. O importante é que recebemos muitos feedbacks positivos a respeito da minha coreografia. Na competição, não se pode falhar e infelizmente errei. Agora é voltar para casa e trabalhar bastante por uma medalha no Mundial”.
RESULTADOS – ETAPA DE CANTANHEDE DA COPA DO MUNDO DE GINÁSTICA AERÓBICA
INDIVIDUAL FEMININO
DUPLAS MISTAS
INDIVIDUAL MASCULINO
Nory avança à final na barra fixa e se mantém no páreo pela vaga olímpica
Yuri Guimarães, com chances matemáticas, vai à final no solo
Grupo participa de estágio de preparação em Troyes, na França
Após a primeira etapa, na Grécia, ginastas treinaram por duas semanas na capital búlgara