Da Redação (SP) - É comum, no jargão da crônica esportiva, dizer que um atleta “brilhou” em determinada competição, quando exibe um excelente desempenho. Neste fim de semana, Bárbara Domingos brilhou literalmente. Depois de se tornar a primeira brasileira a alcançar uma final numa etapa de Copa do Mundo na véspera, ao ficar em oitavo lugar no arco, Bárbara apresentou uma performance ainda mais impressionante na fita e se classificou em segundo lugar desse aparelho, superando até mesmo a italiana Sofia Raffaeli, atual campeã mundial no individual geral, na fita, arco e maças. Com isso, além de ter alcançado outra façanha inédita – é a primeira brasileira a ficar no top 10 do individual geral numa competição desse nível – ela foi escolhida a “Rainha” da etapa de Sofia, numa votação entre jornalistas e fotógrafos credenciados para o evento e por membros da Associação Búlgara de Jornalistas Esportivos. Babi recebeu uma coroa cravejada de diamantes da famosa joalheria eslovena Zlatarna Celje, de posse transitória.
Com todas essas façanhas, Bárbara não esconde seu contentamento. “Eu me sinto muito feliz. Meu objetivo, desde o Mundial de 2021, quando também fui finalista, a primeira a conseguir isso, sempre foi marcar o meu nome na Ginástica Brasileira. Vejo, a cada dia, que eu e a minha treinadora Márcia Naves estamos conseguindo fazer isso. Estou muito feliz e satisfeita com a competição que estou fazendo. Não esperava estar conseguindo pegar finais, porque esta é a minha primeira competição no ano. Nosso objetivo era apresentar as coreografias bonito, mostrar as séries e, quem sabe, numa outra etapa, conseguir ser finalista. Então posso dizer que foi tudo perfeito: eu me apresentei bem e ainda pude avançar até essas finais”.
A ginasta curitibana acredita que o período de preparação em Sófia, proporcionado pelo investimento da CBG, ajudou muito. “Estou convicta de que este período aqui em Sófia, com treinamentos e apresentações, foi muito proveitoso. Isso me ajudou a entrar mais na série e acertar alguns detalhes que foram fundamentais”.
Olhando para trás, a atleta fica ainda mais orgulhosa com o estágio em que se encontra agora. Afinal de contas, passou por uma cirurgia no quadril no ano passado. “A reabilitação para mim foi muito árdua. Só voltei no segundo semestre, e perdi muitas competições. Minhas adversárias já tinham participado de “n” eventos, e eu ainda estava no começo. Mas tudo isso serviu como um aprendizado muito grande pra mim. Voltei ainda mais forte depois da reabilitação e consegui esses resultados que são muito gratificantes. Sei que estou no caminho certo. Fiz uma escolha boa, que foi decidir pela cirurgia. Se não tivesse tomado essa decisão difícil, de abdicar das competições por seis meses, hoje não estaria conseguindo esses resultados para o Brasil”.
Com essa trajetória, é inegável que a confiança da atleta na possibilidade de conquista da tão sonhada vaga olímpica está mais do que elevada. “Esses resultados foram muito bons, porque este ciclo foi encolhido. Em agosto já teremos o Mundial, e tudo terá que ser mais imediato: as séries, as correções, os resultados. Se eu continuar assim – é claro que tenho muito a melhorar – tenho certeza de que vou conseguir essa vaga olímpica”, declarou a ginasta.
Conjunto. Mantendo uma recente e doce rotina, a Seleção Brasileira de Conjunto se classificou também para a final da séria mista, ao alcançar a sexta colocação na fase classificatória, na Arena Sófia. Neste domingo, o Brasil entra em quadra novamente para as finais da série de cinco arcos e mista. O conjunto brasileiro é formado por Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Giovanna Silva, Victória Borges, Sofia Madeira e Gabriella Coradine.
CLASSIFICAÇÃO – FITA
1º) Stiliana Nikolova – Bulgária – 32.450
2º) BÁRBARA DOMINGOS – BRASIL – 29.900
3º) Sofia Raffaeli – Itália – 29.800
3º) Takmina Ikromova – Uzbequistão – 29.800
5º) Milena Baldassarri – Itália – 29.650
6º) Elzhana Taniyeva – Cazaquistão – 29.600
7º) Teresa Gorosper – Espanha – 29.500
8º) Alba Bautista – Espanha – 29.450
INDIVIDUAL GERAL
1º) Stiliana Nikolova – Bulgária – 131.300
2º) Sofia Raffaeli – Itália – 128.750
3º) Takmina Ikromova – Uzbequistão – 124.550
4º) Adi Asya Katz – Israel – 121.400
5º) Elzhana Taniyeva – Cazaquistão – 121.200
6º) Eva Alyosheva Brezalieva – Bulgária – 121.200
7º) Zilu Wang – China – 120.150
8º) Alba Bautista – Espanha – 120.100
9º) Ekaterina Vedeneeva – Eslovênia – 119.850
10º) BÁRBARA DOMINGOS – BRASIL – 118.950
11º) Panagiota Lytra – Grécia – 118.650
12º) Milena Baldassarri – Itália – 118.000
13º) Andreea Verdes – Romênia – 116.850
14º) Teresa Gorospe – Espanha -115.450
15º) Zohra Aghamirova – Azerbaijão – 115.000
16º) Marina Malpica – México – 114.950
17º) Héléne Karbanov – França – 114.300
18º) Melle Millet – França – 113.400
19º) Emilia Heichel – Polônia – 113.200
20º) Milana Parfilova – Cazaquistão – 112.900
21º) Annaliese Dragan – Romênia – 112.350
22º) Alona Hillel – Israel – 112.200
23º) Jaelyn Chin – EUA – 112.000
24º) Alexandria Kautzman – 109.150
CLASSIFICAÇÃO – SÉRIE MISTA
1º) Bulgária – 32.700
2º) Israel – 31.450
3º) França – 30.000
4º) Polônia – 29.200
5º) Grécia – 29.100
6º) BRASIL – 28.100
7º) Espanha – 27.150
8º) Uzbequistão – 27.050
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