Da Redação (SP) - Sempre a Domingos. Expressiva, concentrada, assertiva, resoluta, a ginasta Bárbara Domingos viveu neste domingo (14) um dos dias mais gloriosos de sua vitoriosa carreira. A etapa de Cluj-Napoca, na Romênia, já havia entrado para a história pessoal da brasileira. É a primeira vez em que ela conseguiu disputar as quatro finais de aparelho numa competição de alto nível envolvendo ginastas de todos os continentes. E Babi conquistou uma medalha de bronze na fita, justamente um dos aparelhos mais desafiadores da Ginástica Rítmica, ao obter a nota 32.350. Ela ficou atrás apenas da ucraniana Taisiia Onofriichuk e da húngara Fanni Pigniczki. Ambas receberam a nota 32.900, mas Taisiia se sagrou campeã da etapa de Cluj-Napoca no aparelho graças a critério de desempate. A coreografia de Babi foi montada com base em “Bad Romance”, de Lady Gaga.

A “Garota de Curitiba”, que ganhou esse apelido porque sua coreografia nas maças foi montada com base em “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mais uma vez mostrou excelente nível técnico também nos outros aparelhos. No arco, ela obteve a quinta colocação (33.700). Na final da bola, Babi conseguiu o sétimo lugar (33.200). Na já referida série de maças, ao som de uma trilha sonora marcante, a representante brasileira em Paris repetiu a quinta posição (33.450).

A treinadora de Babi, Márcia Naves, a Ninha, narrou as emoções deste dia 14. “Estava um pouco apreensiva com a final de fita. Entre sair da área de competição, trocar collant, pegar aparelho e se preparar para entrar (e Babi tem todo um ritual) temos pouco tempo e ela não teve muita brecha para fazer as repetições. Tratei de enchê-la de confiança, afirmei que ela não precisava de repetição, que estava mais que treinada e pronta e que era só entrar lá e fazer. E ela fez! Era muito difícil uma medalha nessa competição, numa disputa que reuniu praticamente todas as melhores ginastas do mundo. Mas conseguimos!”, diz a orientadora da medalhista.

Ninha ousa dizer que Babi talvez tenha sido a atleta mais consistente da Ginástica Rítmica Individual da edição 2024 da etapa de Cluj-Napoca da World Challenge Cup. “A confiança está cada vez maior. Acho que Babi foi a ginasta mais estável desta etapa. Ao todo, participou de oito séries – quatro na fase classificatória e quatro finais de aparelhos. Fez oito apresentações sem erros graves e isso é muito, muito importante”.

Para quem gosta de saber fatos curiosos do passado, é interessante destacar que a própria Marcia Naves tem história vencedora na fita também como atleta. No início da década de 80, ela se sagrou campeã dos Jogos Estudantis Brasileiros, os JEB’s, no aparelho. “Se não me engano, isso foi em 1982”, afirma, sorridente, a professora.

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Conjunto. Depois de conquistar a medalha de prata no geral no sábado, o conjunto brasileiro disputou as finais das séries neste domingo.

Na final dos cinco arcos, o Brasil, com a nota 37.750, ficou na quarta colocação, atrás de Israel (39.400), Itália (38.750) e Bulgária (38.700). Na série mista (3 fitas e 2 bolas), as brasileiras ficaram com a oitava colocação, com 29.950. O pódio, inusual, foi formado por equipes que não figuravam entre as favoritas mais destacadas: Espanha (34.700) foi a campeã. França e Ucrânia somaram 33.850, mas o país-sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos levou a melhor por critério de desempate, ficando com a prata.