Da Redação (SP) - Um processo de triagem que envolveu três estágios de treinamento até a convocação final e um período de preparação iniciado em março. Essas são apenas algumas partes do planejamento primoroso do Brasil, que culminou com a conquista do título, com sobras, do Campeonato Pan-Americano Juvenil de Ginástica Rítmica, no geral dos conjuntos (soma das notas das séries de cinco cordas e de cinco bolas).
Neste sábado (9), houve as disputas da série de cinco bolas, em que o Brasil novamente foi o primeiro colocado, com a nota 25.150. Na sexta-feira, o País havia obtido 26.300 nas cordas. Na soma, o conjunto comandado pela treinadora Juliana Coradine obteve 51.450 pontos, quase cinco à frente do México (46.600). As mexicanas conseguiram 22.750 no primeiro dia e 23.850 no segundo. Os Estados Unidos, com 40.300 (20.400 + 19.900) completaram o pódio.
Mais uma vez, o jovem conjunto brasileiro empolgou o público. As atletas Isadora Bedushi, Laura Gamboa, Fernanda Heinemann, Yumi Moriyama e Lavínia Silvério comemoraram muito ao final da apresentação, com a treinadora.
“Fizemos o que estávamos esperando. Todo o trabalho e dedicação foram para isso. O nosso propósito era esse, e trabalhamos para alcançá-lo. Todas as horas de treino, tudo o que a gente passou foi para isso, para estar aqui. Tudo vale a pena”, afirmou Fernanda.
Lavínia deixou claro que, além das medalhas, o conjunto deixará a Arena Carioca 1, amanhã, com um bom lastro de experiência. “Ocorreram alguns erros, mas isso é normal e aprendemos com eles. O campeonato ainda não acabou. Tem finais das duas séries amanhã. Agora é fazer de tudo para evitar que essas falhas se repitam. Temos de manter a cabeça no lugar. Por hoje, estamos superfelizes com o nosso resultado”, disse Lavínia.
Individual. Grande destaque da Ginástica Rítmica do Brasil nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Cáli, no ano passado, Maria Eduarda Alexandre confirmou sua condição de uma das principais promessas da modalidade no País, ao conquistar a medalha de prata no individual geral no Campeonato Pan-Americano Juvenil, somando 106.700 pontos.
Depois de ter ficado em quarto lugar tanto no arco (26.350) quanto na bola (26.550), Maria Eduarda apresentou um desempenho excepcional na fita, que é considerado o aparelho mais difícil pelas ginastas, e obteve a segunda melhor nota (28.050). Nas maças, ela foi a quinta melhor (25.750). Neste domingo, a brasileira vai disputar as finais dos quatro aparelhos.
Duas norte-americanas fizeram companhia a Maria Eduarda no pódio: Alessia Keys, que fez uma campanha praticamente perfeita no Rio, levou o ouro com 114.450 pontos. Jaelyn Chin registrou 104.400 e levou o bronze.
Isadora Carnielli, outra ginasta de futuro, havia terminado o primeiro dia da qualificatória em segundo lugar no arco (27.000) e em quinto na bola (26.100), e estava muito cotada ao pódio. Suas chances caíram devido à nota nas maças (23.750), aparelho em que ficou na décima colocação. Na fita, a paranaense ficou na sexta posição (24.650). Neste domingo, ela tentará medalha no arco, na bola e na fita.
Maria Eduarda não nega que almejava o ouro, mas se disse feliz com a segunda colocação. “É muito gratificante. Claro que todo atleta quer o ouro, mas é muito esforço e muito trabalho duro até chegar aqui. Trabalhamos muito, arrumamos milhares de vezes as coreografias. É muita dedicação envolvida. No final, deu tudo certo. Ganhar uma medalha em um Campeonato Pan-Americano representando o Brasil dentro de casa é melhor ainda. A torcida nos ajudou e estou feliz”, disse a ginasta.
Ontem, Keila Santos, que disputou apenas dois aparelhos, ficou em sétimo lugar nas maças, com a nota 25.000, e avançou à final. Emanuelle Felberk também ficou em sétimo lugar na fita (24.500). Porém, como Isadora Carnielli e Maria Eduarda conseguiram notas maiores, ela não obteve classificação, porque há um limite de duas ginastas por país na final.
Na competição por equipes, que é a soma dos resultados das ginastas que competem no individual por cada país, o Brasil conquistou a medalha de prata, somando 260.200 com Maria Eduarda, Isadora, Keila e Emanuelle. Os Estados Unidos subiram ao degrau mais alto do pódio, com Alessia Keys, Jaleyn Chin, Megan Chu e Ksenia Pototski ao somar 282.500. O México (246.550) ficou com o bronze, competindo com Sofía Berdejo, Crista Parada, Sofía González e Lili Altamira.
RESULTADOS – JUVENIL
SÉRIE DE CINCO BOLAS - QUALIFICATÓRIA
1º) BRASIL – 25.150
2º) México – 23.850
3º) EUA – 19.900
GERAL
1º) BRASIL – 51.450
2º) México – 46.600
3º) EUA – 40.300
MAÇAS - FINALISTAS
1º) Jaelyn Chin – EUA – 28.650
2º) Megan Chu – EUA – 28.600
3º) Sofia Berdejo – MEX – 26.400
4º) Maria Eduarda Alexandre – BRASIL – 25.750
5º) Grace Lodoen – Canadá – 25.100
6º) Keila Santos – BRASIL – 25.000
7º) Karin Kamenetsky – Canadá – 24.650
8º) Maria Maldonado – Guatemala – 24.650
Isadora Carnielli – BRASIL – 23.750
FINALISTAS – FITA
1º) Alessia Keys – EUA – 28.800
2º) Maria Eduarda Alexandre – BRASIL – 28.050
3º) Ksenia Pototski – EUA – 27.350
4º) Crista Parada – México – 24.700
5º) Isadora Carnielli – BRASIL – 24.650
6º) Sofia Berdejo – México – 24.550
7º) Angelina Lin – Canadá – 24.050
8º) Karin Kamenetsky – Canadá – 23.300
Emanuelle Felberk – BRASIL – 24.550
INDIVIDUAL GERAL
1º) Alessia Keys – EUA – 114.450
2º) Maria Eduarda Alexandre – BRASIL – 106.700
3º) Jaelyn Chin – EUA – 104.400
4º) Isadora Carnielli – BRASIL – 101. 500
COMPETIÇÃO POR EQUIPES
1º) EUA (Alessia Keys, Jaelyn Chin, Megan Chu, Ksenia Pototski) – 282.500
2º) BRASIL (Maria Eduarda Alexandre, Isadora Carnielli, Keila Santos, Emanuelle Felberk – 260.200
3º) México (Sofia Berdejo, Crista Parada, Sofia González, Lili Altamira) – 246.550
Ginastas do Brasil emplacaram duas dobradinhas em Jesolo, na trave e no solo
Caio Souza e Arthur Nory obtiveram pódio nas paralelas e na barra fixa, respectivamente
Nory avança à final na barra fixa e se mantém no páreo pela vaga olímpica
Yuri Guimarães, com chances matemáticas, vai à final no solo