Camila Ferezin se emociona com conquista do PBO de melhor treinadora do ano

16.12.2023  |    374 visualizações

Comandante da Seleção Brasileira de Conjunto divide prêmio com todas as mulheres treinadoras do país

Da Redação (SP) - 2022 está prestes a terminar e os fãs de Ginástica Rítmica descansam, depois de festejar tantas conquistas. Mas ainda deu tempo para que a modalidade alcançasse mais um feito histórico: Camila Ferezin, que orienta a Seleção Brasileira de Conjunto, foi reconhecida como melhor treinadora do ano. Essa premiação integra a grande celebração anual do esporte olímpico brasileiro, o Prêmio Brasil Olímpico.

Camila, que comandou a Seleção rumo à conquista da vaga olímpica no inesquecível Mundial de Valência, não estava contando com mais essa vitória. “Nem nos meus melhores sonhos imaginei um dia receber esse prêmio. Era algo muito distante para mim. Mas é inegável que trabalhei incansavelmente para as conquistas da GR alcançadas neste ano”, pondera a treinadora.

O feito é realçado quando se constata que Camila é apenas a segunda treinadora mulher, desde 2001, a conquistar o prêmio. A pioneira na lista é Rosicleia Campos, do judô, premiada em 2011.

Instada a comentar o sentimento que lhe vem à cabeça ao tomar conhecimento de que recebeu esse reconhecimento, Camila fez um resumo de suas sensações. “Eu me sinto muito feliz e orgulhosa do meu trabalho à frente da Seleção. É a mesma sensação de conquistar uma medalha de ouro num Campeonato Mundial. E vem à cabeça aquele pensamento de que tudo o que fiz pela Ginástica valeu a pena”.

Um prêmio como o PBO é um ponto de partida para inúmeras reflexões. É natural que se faça uma retrospectiva de toda a carreira, repleta de grandes momentos. E um deles foi o ano de 1999, justamente aquele em que a GR do Brasil conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg – o primeiro de uma longa série. Dentro de quadra, ao lado de Alessandra Ferezin, Dayane Camilo, Flávia de Faria, Juliana Coradine e Michele Salzano, estava uma jovem Camila Ferezin, com o mesmo brilho no olhar que se percebe hoje.

“Eu me sinto realizada com minha carreira de ginasta e treinadora. Como atleta consegui chegar no melhor resultado da GR brasileira em Jogos Olímpicos. Como treinadora, obtive o melhor resultado num Campeonato Mundial. Como coordenadora, tivemos o melhor resultado em Jogos Pan-Americanos, com 100% de aproveitamento, ou seja, oito medalhas de ouro. É muito bom fazer parte dessa grande evolução da GR do Brasil”. 

Em meio a esses pensamentos, Camila também conclui que o reconhecimento, personificado no PBO, é também um gesto da comunidade olímpica do Brasil à modalidade GR como um todo. “Sem dúvida alguma, este prêmio é o reconhecimento do trabalho árduo e incansável de várias pessoas. Todas acreditaram nesse sonho de colocar a GR brasileira onde merece estar, entre as melhores do planeta”.

Mostrando que é uma campeã também no manejo das palavras, Camila conclui a entrevista com um aceno a todas as mulheres do esporte brasileiro. “Estou representando todas as mulheres do esporte nacional: aquelas que têm que dar conta da casa, da família, ser esposa, ser mãe dos seus filhos e de suas atletas. Não é fácil ser treinadora mulher neste país, que tanto desvaloriza a figura do próprio treinador. Neste momento, quero aproveitar a oportunidade de dizer a todas as mulheres que podemos estar onde quisermos estar! Sonho e trabalho dia e noite para colocar a GR do Brasil no topo. Receber este prêmio me faz acreditar ainda mais que é possível chegar à conquista de uma medalha olímpica. Quero celebrar este prêmio com todas as mulheres que fazem o esporte brilhar! Esta conquista é de todas nós!”.

 

 

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