Programa de Integridade da CBG segue a todo vapor

20.05.2025  |    1 visualização

Entidade realizou, na semana passada, palestra para atletas da GR, em Aracaju

Da Redação (SP) - Formatado em 2018, o Programa de Integridade da CBG segue a todo o vapor. Hoje, está inserido na rotina dos atletas tal como os treinamentos. Na semana passada, o consultor jurídico da entidade, Paulo Schmitt, promoveu, em Aracaju, mais uma palestra sobre Integridade no Esporte. O público foi formado pelas componentes das Seleções Brasileiras de Conjunto de GR das categorias juvenil e adulta. A atividade foi realizada no Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica.

A ação faz parte do compromisso da Confederação Brasileira de Ginástica com a formação ética e cidadã dos atletas. O objetivo é dar ensejo a momentos de conscientização e diálogo ao longo de todo o ano com todas as modalidades gímnicas. Fizeram parte da discussão temas como dopagem, manipulação de competições, abuso, assédio e discriminação.

A complexidade dos temas exige vigilância constante, e o trabalho demanda muita energia, segundo Schmitt. “A integridade no esporte sempre foi um valor essencial, mas os desafios atuais — como o aumento das apostas, a banalização do doping, os casos de assédio e discriminação — exigem uma abordagem educativa constante e proativa. Hoje, mais do que nunca, precisamos formar atletas conscientes dos seus direitos e deveres, da importância da ética na construção da carreira e da imagem do esporte como um todo. A educação é o melhor caminho para prevenir condutas que, lá na frente, podem resultar em punições, traumas e danos irreversíveis. Como sempre digo, é preciso educar antes para não punir depois. Integridade é fator de sobrevivência do esporte”.

O engajamento da comunidade gímnica é um fator que contribui para o sucesso do programa, na visão do advogado. “O impacto tem sido muito positivo. As atletas da ginástica, especialmente nos últimos anos, demonstram um interesse genuíno em entender seus papéis como protagonistas da integridade esportiva. A CBG tem um programa consolidado de integridade há sete anos, com ações permanentes de formação, protocolos de proteção e um Comitê de Ética atuante. Isso cria um ambiente de confiança e abertura ao diálogo. A receptividade vem crescendo porque há uma percepção clara de que esse conhecimento é uma ferramenta de proteção e empoderamento”.


Schmitt vai além e acredita que o Programa de Integridade vai além do esporte. Os valores transmitidos pautam a vida dos cidadãos dentro e fora dos ginásios. “O verdadeiro legado do esporte vai além dos pódios. A vivência esportiva ensina valores que servem para a vida: respeito, disciplina, resiliência, jogo limpo. Ser um atleta ético é uma conquista que não depende de medalha, mas de caráter. E é isso que, no final das contas, forma campeões na vida — e não apenas nas competições. Ética e honestidade são valores inegociáveis. E o esporte ajuda a entender isso”.


O universo das bets é hoje um campo que requer redobrada atenção, na avaliação do consultor jurídico da CBG. “Estive até março na gestão dessa área de prevenção às manipulações esportivas no COB. Hoje presido o Comitê de Integridade e apostas esportivas do SIGA (Sports Integrity Global Alliance). Articulei e participei de inúmeras reuniões em ambiente nacional e internacional sobre o tema. A regulamentação das apostas esportivas no Brasil trouxe não só novas oportunidades de patrocínio, mas também riscos reais à integridade das competições.

Manipulação de competições, assédio a atletas e conflitos éticos são temas que precisam ser enfrentados com informação e prevenção. Tenho também tratado disso em todas as palestras recentes, com foco especial em protocolos de denúncia, sinais de alerta e o papel de cada agente esportivo na defesa do jogo limpo. Um dos maiores desafios é orientar atletas, membros de comissões técnicas e gestores em geral, assim como seu entorno, a não apostarem. A aposta é para entretenimento do público e torcedores. As penas para quem se envolve com apostas e fraudes esportivas são gravíssimas. E a aposta gera endividamento e desconfiança para os protagonistas do esporte”.

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